quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Tal qual um limão

“Você hoje está igual limão”. Ouvi isso de um amigo outro dia, que completou afirmando que minha TPM estava em alta. Não, é falta de sexo, respondi. Faz duas semanas que eu não dou uma. Uma semana a gente se vira como pode, mais que isso não há vibrador que suporte.

Semana passada o meu, também conhecido como Tião, quebrou por excesso de uso e eu precisei recorrer às minhas mãos. O problema é que fazia tempo que não utilizava o recurso manual e percebi que havia perdido a prática. Saí, desesperada, percorrendo minha casa, atrás de algum objeto que pudesse substituir. Até na cenoura que estava na geladeira eu pensei, mas ela podia quebrar lá dentro e não ia ser nada bonito eu parar numa emergência de hospital com um pedaço de cenoura enfiado na minha boceta. Lembrei-me, então, do vibra do celular. Fui lá na minha bolsa, peguei meu celular e coloquei para vibrar no clitóris. Muito fraco, sem contar que eu tinha que ficar ligando o vibra a cada 10 segundos. Me irritei.

O jeito foi usar a mão. Ajudou, mas não com a eficiência do finado Tião. Nunca fui chegada a usar a mão. Há anos que eu me masturbo com o vibrador. Muito mais gostoso. Resolvi tentar a duchinha do banheiro. Deu para fazer uma cosquinha, mas nada demais, como a gente vê as pessoas falando na televisão. Fui no dedilhado mesmo, não teve jeito.

O chato de usar a mão é que cansa o braço. A pessoa pode ficar com tendinite, sofrer lesão por esforços repetitivos. O vibrador é muito mais potente. Você pode aumentar ou diminuir a intensidade da vibração e o único esforço que vai precisar fazer é ficar apertando o brinquedinho contra seu clitóris. Você goza tanto que chega a ficar trêmula. Acredite! O vibrador é, literalmente, uma “mão na roda”.

Postado por Renata

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

No meio do caminho havia um shopping, havia um shopping no meio do caminho

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Mulher no shopping em dia de pagamento é uma desgraça. A caminho do trabalho, precisei passar em um para tirar dinheiro. Só tinha 20 centavos na minha carteira. Mas com tantas agências bancárias por aí, por que justamente no shopping? Porque eu ia passar na subway para comprar meu “almoço”. Mas por que no shopping, se há três lojas da subway perto de casa? Porque eu estava perto do shopping quando decidi que queria comer sanduíche da subway no almoço, ora bolas.

Chegando lá, fui direto ao caixa eletrônico. Saquei 40 reais. Só isso? Só isso, ou você nunca ouviu dizer que “dinheiro na mão é vendaval”? Na minha, então, tenha medo.

Caminhando em direção à escada rolante que dá na praça de alimentação, uma palavra me veio à cabeça: Farm. Não, não estou falando de fazenda. É a loja. Que loja?, alguém pode estar se perguntando agora e esse alguém só pode ser um homem, porque eu não conheço uma mulher que não saiba que a Farm é uma loja, de origem carioca, de roupas lindíssimas (e caríssimas também), com estampas únicas e fantásticas e que veste bem qualquer uma de nós. É a minha favorita desde 2005, quando foi inaugurada em Brasília, tomando o lugar da Colcci no meu coração, que com o tempo foi deixando de ser a minha cara, exceto pelas calças jeans, que, até hoje, são as que me vestem melhor. Sim, a Colcci é muito cara também, mas eu não tenho culpa se as roupas que me caem melhor são as mais caras. Eu tento comprar na Renner, na C&A, até na Marisa, mas nada fica bem.

Como ia dizendo, no caminho até a escada rolante, além de ter me lembrado da Farm, passei por várias vitrines com saias e pantalonas lindas, a minha cara, expostas. E mulher, sabe como é, não pode ver uma roupa bonita exposta em uma vitrine, que já pensa logo: estou mesmo precisando de uma calça para trabalhar, ou de um sapato, ou de uma blusa, ou de uma bolsa. Mulher em shopping sempre está precisando de alguma coisa, mesmo sabendo que em seu guarda-roupa já não cabe mais nada. Ainda bem que o meu é igual coração de mãe.

Não, você não pode, sussurrou uma miniatura de mim, vestida de anjo, ao pé do meu ouvido direito. Vá logo comprar seu almoço ou você vai chegar atrasada ao trabalho. Mas você está precisando de umas calças lisas, leves e sociais para trabalhar, ou uns saiões, porque nesse calor tá impossível usar jeans e essa sua roupinha, vamos combinar, está horrorosa, sussurrou uma outra miniatura de mim, segurando um tridente, ao pé do meu ouvido esquerdo.

Tem isso também. Você vai vendo aquele monte de roupa, cada uma mais linda que a outra, e quando se olha nos espelhos espalhados pelo shopping, já se sente a mulher mais feia e maltrapilha do mundo. Ah, não, preciso de umas roupas novas, as minhas estão horríveis. É a primeira coisa que pensamos e já é o primeiro passo para o estrago. Se fosse comprar uma calça ou uma blusa, tudo bem, o problema é que mulher quando começa não quer mais parar. Já quer renovar logo o guarda-roupa inteiro. Tudo bem, renovar o guarda-roupa é legal, mas daí a querer fazer isso todo mês, logo depois que o pagamento entra na conta, é pedir para passar fome.

As duas miniaturas começaram a discutir e eu fui ficando confusa. Quando dei por mim, já estava envolvida pelas araras da Dres To. Fudeu! Eu nunca entro numa loja, assim, por entrar. Sempre acabo comprando alguma coisa. É chato sair de mãos abanando. Já fui vendedora e sei o quanto as meninas ralam para conseguir vender uma peça. Me sinto na obrigação de ser solidária a elas.

Quero ver calça que não seja jeans, você tem? Perguntei à Jamile (era esse o nome da vendedora, super simpática, que me atendeu. Outra coisa que me conquista e me faz gastar ainda mais: simpatia de vendedor)

Quando perguntei da calça, já estava com uma pantalona na mão, doida para levar ao provador. É linda, né? Para você deve ser P, vou buscar uma para você experimentar. Ok, enquanto isso, vou vendo aqui se gosto de mais alguma coisa. É claro que eu já tinha gostado de várias outras peças e pedi que ela pegasse uma blusa que estava exposta na vitrine, afinal, eu não poderia levar uma calça linda daquela sem uma blusa à altura para combinar. Já sentiram, né? Eu nem tinha experimentado a calça e já sabia que ia levar. E levei. Levei a calça e a blusa e já queria sair de lá vestida, porque aquela minha roupinha estava o ó. Aliás, não contem a ninguém, eu já cansei de sair da loja vestida com a roupa recém comprada. Já troquei de roupa em banheiro de shopping também. Será que eu sou a única pessoa que faz isso? Sempre me faço essa pergunta. Não, dessa vez eu não saí vestida com a roupa nova, mas não vejo a hora de chegar logo amanhã para estreia-la.

Postado por Érika

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Carta a um velho conhecido

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Depois de dias pensando no que escrever, finalmente criei disposição para sentar a bunda na cadeira e exercitar meus dedinhos compridos sobre um teclado duro, na intenção de encher a tela do computador de palavras para você. Ainda não sei o que dizer, mas, ainda assim, quero digitar-lhe um texto, uma carta ou coisa que o valha.

Ando um tanto filosófica ultimamente. Filosofia vazia, é verdade, mas filosofias são filosofias. Não, eu não bebi nem fumei maconha. Talvez as substâncias do álcool e da cannabis tenham se instalado de vez no meu organismo, de modo que eu, agora, fiquei assim.

É que eu ando sonhando com você. E aí já viu, né? Meus pensamentos voltaram a se voltarem para você. São sonhos de encontros casuais entre você e eu e eu fico agora imaginando como seria se isso acontecesse. Na rua, em casa, no trabalho, na faculdade, na praia, na puta que pariu, eu só tenho pensamento para você. No caminho da minha casa até o mercado, imagino você se aproximando, no shopping e nos pontos turísticos da cidade, imagino que você pode estar a passeio e aí, num susto, nos esbarramos. Muito louco isso, louco mesmo, de loucura mental.

Eu tenho ido dormir pensando em você e rezando para sonhar com você. E sonho. Fico louca querendo perguntar de você às pessoas, mas aí eu levaria uma baita de uma bronca de todas elas.

Nunca me esqueço do dia do seu aniversário, nem do dia em que tudo começou entre a gente. Maldito dia, do qual, por incrível que possa parecer, eu não me arrependo nem um pouco. Imagine só, morrer sem ter conhecido o gosto e a textura do que você tem de mais gostoso?

Nesses anos todos achei que tivesse te esquecido, mas aí volto a pensar em você e percebo que não esqueci porra nenhuma. Também, quem manda ter a pica doce? Pode se gabar, mas, na cama, você foi o melhor de todos. Não só na cama. Na verdade, o conjunto todo. A gente tinha uma sintonia que eu não consegui ter com mais ninguém. Tive um que chegou perto, mas não te superou. Cheguei a pensar que finalmente havia encontrado alguém melhor que você. Engano meu. Seu oral é muito melhor, você bate e foi o único que eu tive que gostava de levar na cara e ainda pedia mais.

Meu último namoradinho era um amor, mas foram seis meses de puro tédio. Um médico lindo e super inteligente. Você sabe o quanto sinto tesão por inteligência. Moreno, cabelos de cachinhos, barba (eu adoro uma barba, principalmente roçando aquela parte baixa e central do meu corpo, que você conhece muito bem), mas ele não dava conta de mim. Eu até gostava do bichinho, mas eu queria agressividade. Na verdade, eu busco um assim como você, com cara de canalha (todo canalha é magro, lembra?). Ele é magro, mas certinho demais pra mim. Meu outro ex tem aquele tempero baiano que eu acho uma delícia e que você não tem, mas, ainda assim, você continua sendo o número um.

Nem era isso o que eu tinha a dizer, mas aí o assunto foi surgindo naturalmente, de modo que eu acho que você ou vai rir, ou vai me achar ridícula, ou as duas coisas, ou simplesmente ignorar sem achar nada. Mas a vida é assim mesmo.

Olha, apaixonada por você, não mais, mas eu seria, fácil, sua novamente, só pra voltar a ser bem comida. Não que eu esteja mal comida, porque eu dou os meus pulos, mas não tão bem quanto quando era você quem me comia.

A vida vai bem, obrigada, mas ela estaria muito melhor com você na minha cama todos os dias.

Postado por Bárbara

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Direto ao ponto

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Mulher tem mania de se achar tão poderosa a ponto de querer mudar um homem. Coitada. Coloque uma coisa nessa sua cabecinha oca, filhinha: você não vai conseguir. Não, não estou te chamando de incapaz nem estou querendo te diminuir. Mas desconheço qualquer registro de uma mulher que tenha conseguido essa façanha. É como a fórmula da coca-cola, ninguém sabe qual é.

Essa mania de achar que vai colocar homem mulherengo na linha e depois se casar com ele é ilusão, minha filha. Onde já se viu sair uma vez e, na segunda, já querer um anel de noivado? É uma semana saindo com o cara e você já se sente no direito de fazer mil e uma cobranças, mas aí você já sabe no que vai dar, não é, meu bem? Afinal de contas, não terá sido a primeira vez. E não venha querer entrar no jogo dele, naquela de que também não quer compromisso, sabendo que o que você mais quer na vida é se casar, ter filhos e viver como uma família de comercial de margarina. Você vai se foder do mesmo jeito.

A não ser que o cara seja um mosca morta, e nesse caso não tem o que mudar, porque já veio sob medida para servir de capacho, quem muda acaba sendo você. Se ele prefere as loiras, lá vai a trouxa tingir o cabelo. Se ele prefere as peitudas, você passa fome, mas desembolsa um belo par de seios e se ele achar que ficou feio, você vai correndo mandar tirar. E se ele não gosta dos seus amigos? Você se isola e passa a viver a vida dele. Tolinha!

Na qualidade de mulher, até concordo quando vocês reclamam que os homens não querem nada (eu também reclamo, não vou mentir), mas também é verdade que nós estamos cada vez mais insuportáveis. Eu até entendo essa postura masculina, porque aguentar mulher hoje em dia deve ser um ato de heroísmo.

Quanto a mim, estou muito bem, obrigada, e não estou esperando nenhum pedido de casamento ou algo que o valha após o segundo encontro, mas que ele continue me dando o prazer da sua companhia e aquelas outras coisas que tem oferecido tão bem, que tá massa.

Postado por Deby

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Não é dor de cotovelo, é raiva

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Não que eu ainda sinta alguma coisa por ele. Realmente, não sinto absolutamente nada. Ou pelo menos achava que não sentia, até vê-lo, hoje, com ela, debaixo do guarda-chuva, com o braço esquerdo passando pela cintura dela, como um casalzinho patético. Doeu, mas não foi no coração, foi no ego.

A primeira coisa que a gente pensa nessas horas é “o que ela tem que eu não tenho?” Beleza interior, deve ser. Ou será que, naquela idade, ainda é virgem e ele quer ser o primeiro? Talvez nem seja, mas com certeza ele ainda não comeu. Ou será que comeu? Ela tem estado tão menos feia que de costume, com um certo brilho no olhar, esmalte vermelho. E o que eu tenho a ver com isso? Eles que são livres, que se explodam.

Mas por que essa raiva dela se ela nunca me fez nada? O cretino da história é ele, que dá em cima de todo mundo. Ela nem é minha amiga, não tem por que não ficar com ele, mesmo sabendo que nós dois tivemos uma historinha e que, já na época, dava em cima dele descaradamente. Mas ele dava trela, aquele mulherengo, que, depois de tudo o que me fez passar, ainda deu em cima de uma amiga minha, que tinha sido rejeitada pelo carinha que tava ficando, fazia pouco tempo. E mulher rejeitada adora quando outro começa a dar em cima dela, seja para massagear o ego, seja para levantar a autoestima e, o mais provável, para fazer ciúme no cara que a rejeitou. Pior que a cachorra me contava tudo, achando (fingindo achar, que eu sei), que era tudo muito natural. Tá, ela não tem culpa. Ele é que deveria se tocar e ter o mínimo de respeito pelos sentimentos de alguém que ele sempre disse considerar pra caralho.

Eu ainda não sei o que aconteceu pra ter sofrido tanto pelo desgraçado. Ele não me satisfazia sexualmente. Uma vez, em meio a uma discussão, a criatura teve a coragem de me chamar de mal comida. Claro, você não consegue dar conta. Falei pra ele, que até pode ser bom lá para as negas dele e para essa outra aí do guarda-chuva que nunca deve ter visto uma pica de verdade ou, se viu, não deve ter sido lá essa pica toda.

Minha autoestima afundou, mas minha raiva foi ainda maior que a profundidade do buraco para onde foi a autoestima. Tá, eu tenho ficado com outras pessoas, mas isso não vem ao caso. O caso é que ele está dando em cima daquela coisa na minha frente. Me sinto como se tivesse sido trocada.

Não, gente, eu não sinto nada por ele. É só raiva e a dor de ter sido jogada para escanteio. Juro.

Quer saber do quê mais? Que ele vá pro diabo que o carregue, porque, de pica, eu estou muito bem servida.

Postado por Renata