sexta-feira, 15 de julho de 2011

O filé de "medusa" e a voz do aeroporto

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O Clube das calcinhas acaba de entrar na fase da pilotância de fogão. Tudo começou quando o colesterol da Renata subiu e ela decidiu fazer a sua própria quentinha para levar para o trabalho.

Quatro meses se passaram e não é que a danadinha tá ficando boa nisso? E se ela pode, eu também consigo!

Filé de merluza. Existe um peixe chamado merluza? Acabei de ver no google que sim, só para confirmar. Quando eu era criança, sempre via os supermercados anunciarem promoção de filé de merluza, no intervalo da novela (adoro novelas), mas eu sempre entendia a voz da propaganda dizer "filé de medusa" e cresci acreditando que aquela mulher de cabelo de cobra era, na verdade, um bicho que vivia no mar e que as pessoas comiam cozido. Mas aí, um dia, no mercado com minha mãe (eu tinha uns 16 anos), vi um cartaz anunciando o "filé de merluza" e uma cesta cheia de pedaço de peixe. Foi aí que entendi que o que a voz da propaganda falava era merluza e não medusa.

Por falar em voz, a da propaganda sempre foi um mistério para mim, assim como a voz do Lombardi (que Deus o tenha) e a voz do aeroporto. Eu sempre ficava imaginando a cara que os donos dessas vozes tinham. Ainda fico viajando nisso. A cara da voz do aeroporto, por exemplo, é bem clara na minha cabeça: uma quarentona de rosto fino e comprido, nariz grande e afilado, lábios finos, olhos castanhos, olhar profundo e expressivo. Ela é morena, meio amarelada, daquelas que não pega sol nunca. Já imaginei que ela pudesse ser loira de pele amarela. Branquela nunca. Mas ela morena, cabelos pretos, combina mais com a voz. Os cabelos são grandes, bem grandes, volumosos, pesados, ondulações de leve, mas ela usa coque ou prende com aqueles tules de secretária, não sei o nome daquilo. Ela é alta, magra das canelas grossas, usa saia longuete cintura alta e azul marinho, scarpin preto, camisete branca de botão por dentro da saia, igual às comissárias de bordo de antigamente. Ela é bem séria, não sorri nunca, e fica escondida dentro de uma cabine invisível, porque ninguém pode vê-la. Quando era criança, achava que ela morava dentro do teto do aeroporto.

A voz da propaganda tem a cara do Luiz Gustavo em Salvador da Pátria, quando ele fazia o Juca Pirama. Usa calça social, mocassim e camisa de botão branca, meio aberta, revelando um pouco do peito cabeludo.

Depois desse "breve" relato sobre as vozes misteriosas, o file de merluza. Então. Comprei congelado e resolvi fazer para jantar, acompanhado com arroz, brócolis e batata frita. Fiz o brócolis igual à Amanda: cozinhei na água, porque também não tenho cuzcuzeiro. Refoguei o filé no shoyu e achei que era só fazer igual faz com carne ou frango, que a gente fica virando os lados até ficar bem fritinho. Fui fazer isso com o filé e ele despedaçou todo. Ô, decepção! Pelo menos ficou gostosinho.

Postado por Gabi

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