quarta-feira, 20 de julho de 2011

10 grandes vantagens de se morar só

Você pode testar a sonoridade do seu arroto sem se passar por mal educado

Você não precisa prender seu pum, porque ninguém vai sentir o cheiro

O controle da TV é só e somente seu

Você pode se esparramar na sua cama king

Você pode fazer cocô com a porta do banheiro aberta e nem precisa borrifar o bom ar para disfarçar o cheiro (eu odeio bom ar, principalmente quando misturado com cheiro de bosta)

Você pode deixar a louça suja dormir na pia por quanto tempo quiser sem ninguém pra te encher o saco e ninguém precisa saber disso

Você não precisa arrumar seu quarto todos os dias, ou dia nenhum (pra quê arrumar a cama, se você nunca está em casa e de noite vai ter que bagunçar tudo de novo? Minha mãe não entende isso)

Você pode ouvir Xuxa no último volume e ainda dançar a coreografia do Ilariê e não vai estar pagando mico por isso

Você pode falar sozinho na frente do espelho, gritar se quiser, sem se passar por louco

A melhor de todas: você não precisa pagar motel (sem contar que eu acho motel o ó. Minha cama é bem mais confortável)

Para encerrar, um bônus: você pode fumar maconha à la vonté sem precisar queimar incenso para disfarçar o cheiro.

Postado por Amanda Alarcão

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O filé de "medusa" e a voz do aeroporto

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O Clube das calcinhas acaba de entrar na fase da pilotância de fogão. Tudo começou quando o colesterol da Renata subiu e ela decidiu fazer a sua própria quentinha para levar para o trabalho.

Quatro meses se passaram e não é que a danadinha tá ficando boa nisso? E se ela pode, eu também consigo!

Filé de merluza. Existe um peixe chamado merluza? Acabei de ver no google que sim, só para confirmar. Quando eu era criança, sempre via os supermercados anunciarem promoção de filé de merluza, no intervalo da novela (adoro novelas), mas eu sempre entendia a voz da propaganda dizer "filé de medusa" e cresci acreditando que aquela mulher de cabelo de cobra era, na verdade, um bicho que vivia no mar e que as pessoas comiam cozido. Mas aí, um dia, no mercado com minha mãe (eu tinha uns 16 anos), vi um cartaz anunciando o "filé de merluza" e uma cesta cheia de pedaço de peixe. Foi aí que entendi que o que a voz da propaganda falava era merluza e não medusa.

Por falar em voz, a da propaganda sempre foi um mistério para mim, assim como a voz do Lombardi (que Deus o tenha) e a voz do aeroporto. Eu sempre ficava imaginando a cara que os donos dessas vozes tinham. Ainda fico viajando nisso. A cara da voz do aeroporto, por exemplo, é bem clara na minha cabeça: uma quarentona de rosto fino e comprido, nariz grande e afilado, lábios finos, olhos castanhos, olhar profundo e expressivo. Ela é morena, meio amarelada, daquelas que não pega sol nunca. Já imaginei que ela pudesse ser loira de pele amarela. Branquela nunca. Mas ela morena, cabelos pretos, combina mais com a voz. Os cabelos são grandes, bem grandes, volumosos, pesados, ondulações de leve, mas ela usa coque ou prende com aqueles tules de secretária, não sei o nome daquilo. Ela é alta, magra das canelas grossas, usa saia longuete cintura alta e azul marinho, scarpin preto, camisete branca de botão por dentro da saia, igual às comissárias de bordo de antigamente. Ela é bem séria, não sorri nunca, e fica escondida dentro de uma cabine invisível, porque ninguém pode vê-la. Quando era criança, achava que ela morava dentro do teto do aeroporto.

A voz da propaganda tem a cara do Luiz Gustavo em Salvador da Pátria, quando ele fazia o Juca Pirama. Usa calça social, mocassim e camisa de botão branca, meio aberta, revelando um pouco do peito cabeludo.

Depois desse "breve" relato sobre as vozes misteriosas, o file de merluza. Então. Comprei congelado e resolvi fazer para jantar, acompanhado com arroz, brócolis e batata frita. Fiz o brócolis igual à Amanda: cozinhei na água, porque também não tenho cuzcuzeiro. Refoguei o filé no shoyu e achei que era só fazer igual faz com carne ou frango, que a gente fica virando os lados até ficar bem fritinho. Fui fazer isso com o filé e ele despedaçou todo. Ô, decepção! Pelo menos ficou gostosinho.

Postado por Gabi

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Yakisoba da Alarcão

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Essa coisa de cozinhar até que tem dado certo. Ontem resolvi que queria fazer yakisoba para o almoço de hoje. O primeiro passo foi ir ao mercado comprar brócolis. Mas como é que cozinha isso? No vapor, me disseram. Como assim no vapor? Não entendo nada disso. Coloque no cuscuzeiro, ora essa! Mas eu não tenho cuscuzeiro!

Cozinhar na água foi a solução. Deu certo.

Agora vamos cortar a cebola em pétalas. Em pétalas? Sim, descamar (aprendi na internet). Coloquei a cebola no prato, enchi a boca de água e lá fui eu despetalar cebola enquanto assistia a Insensato Coração. Comecei a chorar. Não porque a Cecília fez as pazes com o Rafa, mas porque meus olhos começaram a arder. O velho truque da água na boca que minha mãe um dia me ensinou não deu certo.

E agora? Como é que faz para não chorar enquanto corta cebola? Choveram dicas no facebook. Uma me chamou bastante atenção. Interessantíssima. Colocar alguns palitos de fósforo na boca, porque aí a acidez da cebola vai para a cabeça dos palitos. Científico isso. O problema é que meu fogão é automático. Há cinco anos morando sozinha, nunca comprei palitos de fósforo. E quando falta luz? Ainda não precisei pensar nisso, e, apesar dos isqueiros em casa, vou providenciar uma caixa de fósforos para o caso das cebolas.

Cebola cortada, olhos vermelhos e irritados, hora da cenoura e do pimentão amarelo. A cenoura em rodelas e o pimentão em tiras. Enquanto isso, em insensato coração, Norma está fazendo Leo de escravo sexual. Ah, se eu tivesse um Gabriel Braga Nunes aqui em casa...

O frango já estava pronto. Aliás, esse frango merece um parêntese. É que eu havia preparado no dia anterior. Cortei em cubos, temperei e refoguei no shoyu. Tudo lindo até aí, mas como sempre acontecem pequenos desastres quando passo pela cozinha, dessa vez não haveria de ser diferente. Fui passar o frango da panela para a topwere, tropecei na mesa e caiu tudo no chão. Resultado: além de uma pia cheia de louça, ganhei um chão melecado e ainda tive que fazer o frango tudo de novo. Ai, a cozinha... juro que estou tentando me entender com ela, mas ela me testa o tempo todo e, quando menos espero, lá vem a danada e me dá uma rasteira.

Voltando ao yaki (tudo bem se, ao invés de yakisoba, eu falar yaki para economizar na digitação?), descobri que existe um molho pronto que a gente compra no supermercado. E eu achando que era só jogar tudo no shoyu. Bobinha!

Na falta do tal molho, primeiro fui buscar no google a receita caseira, mas desisti quando vi que levava óleo de gergelim, gengibre e pasta de amendoim. Quanto ao gengibre e à pasta de amendoim, tudo bem, mas óleo de gergelim? Nem sabia que existia isso.

Bom, vamos ao improviso. Na panela, coloquei uma xícara de shoyu, que precisava ficar mais docinho e consistente. Então coloquei uma colher de sopa, não muito cheia, de maisena e uma colherinha de açúcar. Era o que eu tinha em casa. Mexi até ele ganhar uma leve consistência e misturei a cenoura, a cebola, o pimentão, o brócolis e o frango (esqueci de comprar acelga). Deixei dar uma fervidinha de leve e joguei o macarrão. Dei uma mexidinha e, tchã, tchã, tchã tchã... o yaki estava prontinho da silva.

O macarrão que eu usei foi o miojo e eu ainda usei aquele tempero que vem nele. Você também pode comprar o miojo yaki, mas, como eu já tinha outro aqui em casa, resolvi aproveitar. Mais uma coisa: a cenoura, o pimentão e a cebola, eu refoguei na água antes de misturar no molho.

Quanto às medidas, use a quantidade que você acha que vai comer. Eu não sou muito boa com isso de medida. Uso a intuição. Por enquanto tem dado certo.

Se o Yaki ficou bom? Não é por nada, não, mas fez sucesso lá no meu trabalho. Pena o cartão de memória da minha câmera ter queimado e eu não ter tido vergonha na cara para comprar um novo. Ai, gente, muita preguiça de sair de casa.

Postado por Amanda Alarcão



quinta-feira, 7 de julho de 2011

Cozinhar é para poucos


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Há tempos atrás eu diria que cozinhar é uma tarefa impossível, mas depois que meu colesterol chegou a 272 eu tive que vestir minha roupinha de canguru e dar meus pulos.

Restaurante de comida natural seria uma ótima se tivesse um perto do meu trabalho, mas eu acabaria enjoando com o tempo. Pedir quentinha foi a solução. Uma amiga me recomendou um ótimo delivery que funcionou por dois meses, porque eu acabei enjoando daquela comida insossa.

Apelei para minha prima. Ela mora pertinho do meu trabalho, mas não pega bem ficar almoçando todos os dias na casa dos outros. Tive, então, que aprender lutar com o fogão. Isso já faz alguns meses. E passou a ser assim: vez ou outra eu almoço na minha prima e outras vezes cozinho e levo para comer no trabalho.

Fui à ginecologista no início da semana. Levei um susto com minha menstruação atrasada há quase um mês. O beta hcg deu negativo, graças a Jah. Ao ver meus exames de rotina, ela me mandou procurar um cardiologista. Segundo ela, fumante que toma anticoncepcional e que ainda está com o colesterol alto, pode ter ataque cardiovascular e trombose.

Fui me consultar com o cardiologista que ela me recomendou. Não posso deixar de dizer aqui que o coroa é um pão.

Pressão ok, eletrocardiograma ok, alimentação nota zero. Ele me passou uma dieta. Pasmem, com 1,78 de altura e 59 quilos (engordei 4 quilos, mas continuo macérrima), eu vou ter de fazer dieta e exercício físico. Nada de açúcar nem gordura saturada.

Nem um docinho de vez em quando doutor? Muito de vez em quando até pode. E a cerveja? Se for com moderação também pode. Mas eu não bebo com moderação (isso eu não disse a ele). Vou ter que parar de fumar também (pergunta idiota)? Você fuma quanto por dia? Um maço por mês. Ah, não, é pouco. Só pra curtir não tem problema. E Cannabis? Bom, essa pergunta ficou só no pensamento e mesmo que ele me mandasse, essa eu não deixo, não.

Conversa vai, conversa vem, ele pergunta se eu moro sozinha. Será que ele está querendo conhecer minha casa? Foi isso o que pensei quando ele fez a pergunta. Sim, moro só. Entendo sua situação. O dia todo fora de casa, deve viver comendo na rua. Na verdade eu como em casa. Detesto motel. É, só na rua. Sabe cozinhar? Eu tento. Vai ter que continuar tentando, porque essas porcarias que você come na rua só vão piorar sua situação. Perecia até minha mãe falando.

Eu também moro só. Opa! Será que ele vai me convidar para conhecer seu apê? Pensei de novo. Por isso tive que aprender a me virar para não ficar comendo na rua, continuou o doutor. Vou te ensinar umas receitas. No meu apartamento ou no seu? De novo meus pensamentos libidinosos. Ai, como eu queria.

Sopa de abóbora. Já comeu? É simples, você vai cozinhar umas duzentas gramas de abóbora com mais três cebolas pequenas e tempero verde. Depois vai bater tudo no liquidificador com duas colheres de azeite. Mas azeite tem gordura saturada, doutor. Duas colherinhas não tem problema. Eu bato sem água, porque gosto dela bem consistente. Se você quiser, pode bater com leite também. No seu caso, leite desnatado. Pode colocar sal, se quiser. Tome à noite, na hora do jantar. Fica uma delícia. Delícia é você, doutor.

Fiz a sopa. Realmente, uma delícia. Ela fica bem cremosa se batida sem água ou leite. Para incrementar, tomei com pão de centeio (é o pão que eu posso comer nos próximos dois meses).

Cortar abóbora não é fácil. Você tem que ter uma mega faca e eu só tenho essas facas de mesa. Além do creme eu ainda fiz meu almoço de amanhã. Arroz mais frango grelhado e refogado no azeite e no shoyu. Fora o fato de estar com a mão toda cortada e queimada de azeite quente, correu tudo bem.

Pelo menos "sou carinhosa e tenho talento pra boemia".

Postado por Renata