domingo, 22 de maio de 2011

Salva pelo cinema (e pela companhia)

.
Como diz Tulipa Ruiz, “vou ficar mais um pouquinho para ver se acontece alguma coisa nessa tarde de domingo”.

Ficar onde mesmo? Em casa, só se for, ainda por cima sozinha, vendo filminhos bonitinhos com direito a chorar no final, numa tarde de chuva, onde a única coisa que tenho de vontade de fazer é dormir no meu quarto escuro, abraçada no travesseiro. O que mais poderia acontecer nessa tarde monótona de domingo?

Fui dormir, mas não abracei o travesseiro. Sonhei que estava dando à luz um casal de gêmeos, cujo pai não consegui ver o rosto. Dizem que quando a gente tem esse tipo de sonho é porque alguma mulher conhecida está grávida. Quem seria? Bem, deixa pra lá.

No momento em que ia ver o rosto do felizardo, o pai, toca o celular, que estava na mesinha ao lado da cama. Era meu ex e não há a menor chance de ele ser o pai, caso eu esteja grávida, assim como também não existe nenhuma possibilidade de eu estar nesse estado, eu acho.

Me chamou para ir ao cinema. Olha aí o acontecimento da tarde do domingo. Aliás, queria desabafar aqui uma coisa: não fosse pelo cinema com o ex, meu dia hoje teria sido o ó. Choveu o dia todo, já passa da meia-noite e a chuva que estragou meu passeio de bike no parque Pituaçu pela manhã ainda persiste.

Me surpreendi quando me chamou para ver um filme francês que eu já estava há dias para ver. Logo ele que só gosta de blockbuster. Há pouco mais de duas semanas eu ganhei um par de convites para ver a pré- estreia desse filme e meu atual ficante, paquera ou, para ser mais exata, o cara que está me comendo, não quis ir ver. “Filme francês? Tô fora.” Foi essa a resposta dele quando o chamei para ir assistir comigo.

O título em francês é L'arnacoeur ou, em portugês, Como Arrazar um Coração. É a estória de um cara que é contratado para separar um casal que está prestes a se casar. Ele seduz a noiva e os dois acabam se apaixonando. É uma comédia romântica e, sim, eu chorei no final, mas dei boas risadas também. Demos boas risadas, na verdade (eu e o ex). Depois do filme fomos comer pastel num barzinho aqui perto de casa. Só não foi melhor porque não estou podendo beber. Mesmo assim, me diverti muito tomando suco de laranja.

Postado por Gabi

sábado, 21 de maio de 2011

Inovações gastronômicas

.
Adoro esta palavra: “gastronômico(a)”. Me sinto falando difícil cada vez que a pronuncio. Talvez seja por isso que todas as vezes que escrevo sobre minhas experiências culináricas (adoro inventar substantivos derivados), dou um jeito de coloca-la em meus títulos. Aliás, vocês já devem ter percebido que eu sou péssima para títulos. Outra coisa que acabei de perceber é que tenho mania de comentários entre parênteses. Sabe o que é? Meu pensamento voa a mil. Uma coisa vai me remetendo a outra, que me remete a outra, e a outra, e a outra e algumas coisas eu não posso deixar passar, como, por exemplo, todo este parágrafo, que só não foi escrito entre parênteses porque ia ficar esquisito começar um texto dessa maneira. Para finalizar o parágrafo e entrar na inovação, eu queria explicar que tenho mania de explicação. Gosto de tudo muito bem explicadinho, igual àquele personagem de “a praça é nossa” (ainda existe esse programa? Antigamente passava todas as sextas. Carlos Alberto ainda está vivo?).

Pronto. Agora podemos ir direto para a inovação com todos os seus parênteses.

Por que todas as vezes que cozinhamos para outras pessoas, mesmo que seja um ovo frito ou aquela comida básica de todos os dias, ficamos preocupados em saber se está tudo gostoso? Acontece isso com vocês também? É como vestir aquela roupa nova ou exibir aquele cabelo que acabou de sair do salão e ficar o tempo todo perguntando: meu cabelo está bom? Essa roupa ficou legal? Você sabe que está bom, mas fica o tempo todo pedindo elogios. Assim é, também, quando cozinho para uma pessoa querida.

Hoje foi macarronada com molho de camarão. Nunca tinha feito essa receita antes. Na verdade eu a inventei ontem no supermercado. Motivo de sobra para eu ficar perguntando se estava boa.

Minha especialidade em macarronadas é a com molho de gorgonzola. Minhas presas adoram. Gordinho também gostou. Nos últimos três meses só ele tem comido da minha comida, que isso fique bem claro (ele pode estar lendo esse texto agora, vai saber), e tem comido muito bem, diga-se de passagem.

Semana passada ele comeu minha especialidade, gostou e pediu bis essa semana. Mas vocês sabem, é bom variar e hoje eu quis dar uma macarronada diferente para ele não enjoar.

Saímos ontem do cinema direto para o supermercado. Enquanto rodava lá dentro, fiquei maquinando uma receita diferente. Ele queria camarão, então pensei: “camarão com molho de tomate”. Mas eu não queria molho pronto, queria eu mesma preparar em casa o MEU molho. Então peguei tomates, cebola e alho. Azeite já tinha em casa.

Ultimamente eu ando metida a “mestre cuca”. Logo eu que sempre fui um desastre gastronômico (olha a palavrinha de novo). Como disse no post anterior, eu decidi fazer meu próprio almoço e desde que entrei nessa aventura deliciosa (gente, estou me descobrindo na culinária, pois é, pois é, pois é!) ele, o gordinho, tem sido minha cobaia. Diz ele que eu já posso até casar. Deus me livre, ou não. De fato ele tem gostado, senão não estaria comendo até hoje.

Ingredientes comprados, viemos pra casa. Sábado (hoje), hora de acordar. Café da manhã, TV, livros, conversa vai, conversa vem, hora de preparar o almoço. Gordinho, folgado (e lindo), como sempre, foi “repousar” e a mulherzinha aqui foi pilotar o fogão. Não tenho vocação para mulherzinha, mas confesso: estou adorando tudo isso. Sorte dele que, depois dessa confissão (nunca pensei um dia estar dizendo essas coisas) vai se aproveitar ainda mais da minha boa vontade. É porque ele já vem se aproveitando há três meses. Não, não estou reclamando. Estou achando tudo isso lindo, já disse (Meu Deus... sou eu mesma na frente desse computador escrevendo isso?).

Almoço pronto, gordinho a postos com sua taça de vinho na mão. Primeiro uma saladinha verde com tomate-uva e cenoura, de entrada, e depois a macarronada que eu posso chamar de minha. Ele comeu tudo, tudinho e, adivinhem, adorou! O que aconteceu depois fica a cargo da imaginação de vocês.

Vou colocar a receita aqui para quem quiser experimentar.

Ingredientes:
1 pacote do macarrão de sua preferência (eu gosto de talharim)
3 tomates
2 cebolas picadas
Alho amassado
Sal (vai no bom senso)
Camarão sem pele a gosto
1 pimentão amarelo picado
Azeite (também no bom senso)
1 colher de margarina
½ lata de creme de leite
Algumas fatias picadas de queijo mozarela (não contei quantas, mas pode ser o tanto que você quiser, mas sem exagerar)
Manjericão
Pimenta calabresa

Preparo:
Em uma panela com água fervendo, cozinhe o macarrão. Eu nunca sei o tempo. Costumo pegar um fio e morder pra ver se já está bom. Para o molho, leve os tomates, um pouco de sal e uma cebola ao liquidificador e bata. Em outra panela, coloque o azeite e a margarina. Jogue a outra cebola, o pimentão, o alho e o sal. Espere a cebola dourar e jogue o camarão, refogando-o. Em seguida jogue a mozarela, o creme de leite e, por último, o molho de tomate. Deixe ferver por alguns minutos e pronto. Coloque o macarrão num prato, jogue o molho por cima e enfeite com algumas folhinhas de manjericão e um pouco de pimenta calabresa. Se você tiver um gordinho em frente à TV, depois de tomar quase um litro de vinho, com a sua taça de estimação na mão, é melhor você mesma servir, levar o prato até ele e suspender o álcool, senão ele dorme e não tem depois.

Bon appétit!!

Postado por Renata

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Raspas e restos me interessam

.
Entre outras coisas decidi que ia fazer, eu mesma, meu próprio almoço. É que eu e a cozinha nunca nos demos muito bem. Tenho um pouco de preguiça, sabe? E, como desculpa, sempre falo que não sei cozinhar. A verdade é que, fora macarronadas, não sou lá essas coisas quando o assunto é culinária. Sem contar a bagunça que a cozinha fica depois.

Era uma noite de terça-feira. Mais ou menos 23h. Nada de sono, nada na TV, nada pra fazer. Resolvi me aventurar. Fui cozinhar. Arroz, carne moída e salada de batata, cenoura, tomate cereja, ovo, manjericão e cebolinha.

Não sou de comer muito. Fiz o suficiente para o meu almoço do dia seguinte.

Comida pronta, cozinha arrumada, nada de sono. MSN, então. Ele estava online há um tempão e não falava comigo. Ele anda estranho ultimamente.

- Amanhã eu vou levar meu almoço, eu mesma fiz! (falei pra ele)
- É mesmo? Tem pra nós dois?
- ...
- Tem? Diz que tem, por favor!
- ...
- ahhhhhh, responde! Leva pra mim também... :)
- o problema é que você come muito, né?
- hahahahahahahahahaha
- mas eu acho que o que tem dá pra você também. Só não vale achar ruim, porque vc sabe que eu não sou lá essa coca-cola toda na cozinha.
- Não sei. Nunca comi nada preparado por vc. Vou ficar sabendo amanhã.
- Tá bom, eu levo!
- aeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! :) :) :)

É claro que não tinha comida pra ele, né, gente? Eu tinha feito a conta certinha pra mim. O que eu fiz? Já era quase 1h da madrugada. O que eu fiz? Pois é. Não contem a ninguém, mas o que eu fiz foi fazer tudo de novo só pra ver o sorriso dele no dia seguinte e ter sua companhia na hora do almoço. Baguncei toda a cozinha, sujei toda a louça de novo e, de novo, arrumei tudo. Fui dormir já eram quase 3h.

É, minhas amigas, demorou pra cair a fica, mas é isso aí. Eu estou completamente apaixonada por ele, arriada os quatro pneus. Tô de quatro pelo cara.

Aí algumas de vocês pensam: será que ele é bom de cama? Eu respondo: já tive melhores. Bem melhores. Definitivamente não é esse o motivo. Ele é daqueles que não consegue segurar e já vai logo gozando, muitas vezes me deixando na mão. Mas ele é tão carinhoso, beija tão gostoso, me abraça apertado, me faz rir, anda de mãos dadas comigo no shopping, me leva trufas no final da tarde e ainda por cima tem sotaque pernambucano. Ele é tão, tão lindo... Eu sei que ele não é homem pra mim. Muito infantil, sabe? Gosta de ficar provocando ciuminho o tempo todo e o pior é que eu sempre caio na pilha. Um dia eu falei que não queria mais, mas acabei voltando atrás no dia seguinte. Depois disso ele ficou distante e nunca mais levou trufas.

O almoço foi ótimo. Claro que foi. Se ele solta um peido eu acho lindo. Ele disse que adorou e hoje já me perguntou qual vai ser o cardápio de amanhã, que a sobremesa vai ser por conta dele. Adivinha? Trufas!

Se eu vou fazer almoço pra ele amanhã? Alguém ainda tem dúvida disso? Claro que vou. Vou sim. Vou porque sou besta, vou porque estou apaixonada, vou porque quero tê-lo por perto mesmo que seja por alguns minutos durante o dia, só pra ouvi-lo me chamar de Renatinha com aquele sotaque de Recife.

Nunca pensei que fosse dizer isso um dia, mas, como dizia Cazuza, raspas e restos me interessam sim.

Estou muito mudada mesmo.

Quem me viu e quem me vê...

Postado por Renata