domingo, 4 de dezembro de 2011

Eu mereço.


Depois de pedalar 15km, comer um quilo de salada, tomar 2 litros de água de coco e um suco de jabuticaba e subir cinco andares, de escada, carregando uma bicicleta, eu acho que mereço um bom som, acompanhado daquela cerveja bem gelada, antes do confronto entre o meu Flamengo e o Vasco.

Como diria Galvão, "haja coração!"

Postado por Bárbara


sábado, 3 de dezembro de 2011

Vai-te pra porra!

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Às vezes ser infantil é a melhor maneira de não surtar de vez. Pelo menos a curto prazo funciona e hoje eu me dei o direito de agir como minha sobrinha de 6 anos. Deletei telefone, excluí do facebook e ainda falei aquela frase tradicional que toda criança que é criança de verdade costuma falar quando alguém magoa: não quero mais falar com você. E não quero mesmo.

Não preciso dizer que o motivo disso tudo tem nome, endereço e é do sexo masculino, né? Homem, claro. Existe alguma outra razão para uma mulher regredir a ponto de agir dessa maneira?

Andava interessada no desgraçado fazia tempo. Um interesse silencioso, só meu. Mas aí ele veio chegando de mansinho, como quem não quer nada, pelas beiradas e, quando percebi, já estava envolvida. Macho alfa da pior espécie, ele veio com aquele papo lerdo que toda mulher cai inúmeras vezes e nunca aprende.

Eu já venho te observando faz tempo e, além de interessante, percebi que você é uma mulher sensível. É incrível como as pessoas não conseguem ver sua sensibilidade em seu olhar. Às vezes você tenta ser despojada, mas estilo não tem a ver com a roupa nem com os adereços­, mas sim com a alma. Essas palavras mexeram comigo como há muito tempo não acontecia. O infeliz, além de charmoso, sabe que é bom de lábia. Ele me descrevia de um jeito como se eu fosse a mulher perfeita. Claro que eu caí. Com um homem daqueles falando ao pé do ouvido, qualquer uma vira presa fácil. Não foi difícil aceitar seu convite para sair.

Saímos e tudo correu muito bem. Melhor do que eu imaginava. A noite foi maravilhosa e no dia seguinte, diferente dos amadores, ele me deu total atenção. Disse estar em estado de êxtase após a noite anterior. O negão é um conquistador profissional.

A coisa foi fluindo e ele sempre deixando no ar que estava interessado, que nossas saídas se repetiriam muitas e muitas vezes. Saímos pela segunda vez e ele insistia em me deixar nas nuvens. Claro, quanto mais nas nuvens ele me deixasse, maior seria o tombo que ele estava planejando me dar. E deu.

Começou a ficar inacessível, cheio de compromissos, e eu, para não ser chata, parei de insistir. Ainda assim, continuávamos a conversar e ele a me conquistar cada vez mais com suas palavras encantadoras, até que, como todos os outros, veio com aquele papinho idiota de que não podia se apegar.

Cheio de enigmas e parábolas que confundiam minha cabeça e me faziam acreditar que ele estava tão a fim e apegado quanto eu, hoje de manhã ele me solta esta: “quanto a nosso ‘lance’, eu já fui quantitativo e nessa época era fácil pra mim­. Hoje sou qualitativo e só topo com pessoas legais. Mulheres geniais­”.

Valeu por ter me chamado de burra, mesmo tendo dito o contrário dias atrás. Você entendeu tudo errado, ele disse. “Eu me apego facinho­. Só que eu não posso me apegar a mais de uma. Eu só não quis me apegar a você, já estando apegado a outra.”

Por que não disse isso antes, seu filho de uma puta (com todo respeito à senhora sua mãe), já que vivia dizendo que conhecia a minha essência e sabia da minha sensibilidade? Podia ter dito que tinha outra que eu me encarregaria de não me deixar levar pela sua lábia venenosa. Custava ser um pouquinho menos canalha? Você me comeria do mesmo jeito. Mas não, não bastava comer, tinha que pisar. Vivia dizendo que não é como os outros, mas agiu do mesmo jeitinho e depois disso tudo ainda teve a cara-de-pau de dizer que não falta vontade de estar comigo e que deveríamos ter essa conversa pessoalmente, olhando nos olhos. Pra quê? Pra acabar de vez com minha autoestima? O caralho!

Vai-te pra porra e esqueça que um dia você me conheceu.

Como é que eu fui me deixar levar mais uma vez pelas doces palavras de um conquistador? Não foi a primeira, nem a segunda e, certamente, não será a última. Mulher não aprende nunca.

Postado por Gabi

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Nem tão nua nem tão crua

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Admito. Sou mulherzinha com “M” maiúsculo e “inha” com todo o diminutivo a que tenho direito. MULHERZINHA, assim mesmo, em caps lock. Não sei se tenho orgulho disso, mas assumo que esta é a minha verdade.

Independente, bem resolvida, foda, miseravona, passei minha vida construindo uma imagem do que eu não sou, até o dia em que surtei, enlouqueci e fui parar num hospital após ingerir três cartelas de lexotan.

Eu não queria que as pessoas me vissem como uma patricinha chatinha, nojentinha e inhazinha, porque eu tinha todos os pré-requisitos: família tradicional, mimada, roupinhas de marca e uma mãe que me enchia de maquiagens e bijuterias, digamos, finas. Tá, semi-jóias douradas. Daí a minha ojeriza, durante muito tempo, a qualquer coisa dourada.

O auge da minha revolta foi quando minha mãe quis me obrigar a participar de um baile de debutantes. Era um baile tradicional, que, graças a Deus, não existe mais em Brasília, onde as famílias ditas importantes apresentavam as filhas de 15 anos à sociedade. A parte boa era que sempre tinha um ator global para dançar com as donzelas. No meu ano foi o Marcelo Serrado. Ele mesmo, o Crodoaldo Valério, de Fina Estampa. Não, eu não participei. Era muito brega, gente.

As debutantes usavam vestido de noiva. Uma coisa horrorosa. Não, definitivamente, me recusei a participar daquela palhaçada. Cheguei a ir a algumas reuniões. Tinha aulas de etiqueta, dança de valsa e a porra. Minha tia era uma das diretoras do baile. Se eu não participasse seria o fim. O que as pessoas iriam pensar? O que a família ia dizer?

No final das contas, acabei ganhando um som, presente do qual minha mãe passou anos arrependida de ter me dado, porque eu ouvia os dois lados de Cabeça Dinossauro no último volume. Ela vivia dizendo que eu era a decepção da família. Eu adorava ouvir isso. A partir daí passei a ser a rebelde sem causa. Virei crente, depois saí da igreja, cortei o cabelo, pintei de roxo e coloquei um piercing na sobrancelha. Até o analista enlouqueceu.

Achava papo de mulher muito chato e cansativo. Perdia minha paciência com minhas amigas e passei a ter amizade com os meninos. As meninas me odiavam, porque eu estava sempre rodeada dos meninos mais bonitos do colégio. É verdade que eles não me davam bola e me tratavam como se eu fosse um deles, mas me respeitavam, me admiravam, me achavam “retada”. Eu era a foda, a gente boa, massa. As outras eram nojentas, frescas, patricinhas.

O problema é que, no fundo, o que eu queria era ser como as outras, como a minha irmã, a princesinha, a queridinha da família e a cobiçadinha pelos meninos. A que não falava palavrão, a que um dia ia casar e constituir família. Eu queria usar saia curta e ser chamada de gostosa, mas quando eu colocava uma dessas, os meninos riam de mim. “Isso não combina com você”, eles diziam. Talvez aí esteja a explicação de eu ter passado pelo menos 10 anos sem mostrar minhas pernas.

Os meninos nunca queriam nada comigo e por mais que falassem mal das patricetes, era elas que eles queriam. Eu era amiga, confidente e sofria muito, porque era apaixonada pelo meu melhor amigo. Ele nunca soube disso e, hoje, 15 anos depois, prefiro que nem saiba, porque o cara virou um bagulho. Não ele não é mais meu amigo. Parou de falar comigo depois que começou a namorar uma menina que me detestava e o proibiu de falar comigo.

Casar? Deus me livre! Filhos só atrapalhariam minha vida. Era isso o que eu dizia a todo mundo. Mentira que eu sustento até hoje, quando, na verdade, na verdade mesmo, hoje, aos 30, solteira e infeliz, eu admito: ainda ouço Cabeça Dinossauro no último volume, mas também sou mulherzinha sim e quero todo o que elas querem. Quero casar, ter filhos, cuidar da casa, cozinhar e tudo o que uma mulherzinha com M maiúsculo faz. Eu quero, gente. Eu quero muito.

Postado por Renata

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Tal qual um limão

“Você hoje está igual limão”. Ouvi isso de um amigo outro dia, que completou afirmando que minha TPM estava em alta. Não, é falta de sexo, respondi. Faz duas semanas que eu não dou uma. Uma semana a gente se vira como pode, mais que isso não há vibrador que suporte.

Semana passada o meu, também conhecido como Tião, quebrou por excesso de uso e eu precisei recorrer às minhas mãos. O problema é que fazia tempo que não utilizava o recurso manual e percebi que havia perdido a prática. Saí, desesperada, percorrendo minha casa, atrás de algum objeto que pudesse substituir. Até na cenoura que estava na geladeira eu pensei, mas ela podia quebrar lá dentro e não ia ser nada bonito eu parar numa emergência de hospital com um pedaço de cenoura enfiado na minha boceta. Lembrei-me, então, do vibra do celular. Fui lá na minha bolsa, peguei meu celular e coloquei para vibrar no clitóris. Muito fraco, sem contar que eu tinha que ficar ligando o vibra a cada 10 segundos. Me irritei.

O jeito foi usar a mão. Ajudou, mas não com a eficiência do finado Tião. Nunca fui chegada a usar a mão. Há anos que eu me masturbo com o vibrador. Muito mais gostoso. Resolvi tentar a duchinha do banheiro. Deu para fazer uma cosquinha, mas nada demais, como a gente vê as pessoas falando na televisão. Fui no dedilhado mesmo, não teve jeito.

O chato de usar a mão é que cansa o braço. A pessoa pode ficar com tendinite, sofrer lesão por esforços repetitivos. O vibrador é muito mais potente. Você pode aumentar ou diminuir a intensidade da vibração e o único esforço que vai precisar fazer é ficar apertando o brinquedinho contra seu clitóris. Você goza tanto que chega a ficar trêmula. Acredite! O vibrador é, literalmente, uma “mão na roda”.

Postado por Renata

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

No meio do caminho havia um shopping, havia um shopping no meio do caminho

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Mulher no shopping em dia de pagamento é uma desgraça. A caminho do trabalho, precisei passar em um para tirar dinheiro. Só tinha 20 centavos na minha carteira. Mas com tantas agências bancárias por aí, por que justamente no shopping? Porque eu ia passar na subway para comprar meu “almoço”. Mas por que no shopping, se há três lojas da subway perto de casa? Porque eu estava perto do shopping quando decidi que queria comer sanduíche da subway no almoço, ora bolas.

Chegando lá, fui direto ao caixa eletrônico. Saquei 40 reais. Só isso? Só isso, ou você nunca ouviu dizer que “dinheiro na mão é vendaval”? Na minha, então, tenha medo.

Caminhando em direção à escada rolante que dá na praça de alimentação, uma palavra me veio à cabeça: Farm. Não, não estou falando de fazenda. É a loja. Que loja?, alguém pode estar se perguntando agora e esse alguém só pode ser um homem, porque eu não conheço uma mulher que não saiba que a Farm é uma loja, de origem carioca, de roupas lindíssimas (e caríssimas também), com estampas únicas e fantásticas e que veste bem qualquer uma de nós. É a minha favorita desde 2005, quando foi inaugurada em Brasília, tomando o lugar da Colcci no meu coração, que com o tempo foi deixando de ser a minha cara, exceto pelas calças jeans, que, até hoje, são as que me vestem melhor. Sim, a Colcci é muito cara também, mas eu não tenho culpa se as roupas que me caem melhor são as mais caras. Eu tento comprar na Renner, na C&A, até na Marisa, mas nada fica bem.

Como ia dizendo, no caminho até a escada rolante, além de ter me lembrado da Farm, passei por várias vitrines com saias e pantalonas lindas, a minha cara, expostas. E mulher, sabe como é, não pode ver uma roupa bonita exposta em uma vitrine, que já pensa logo: estou mesmo precisando de uma calça para trabalhar, ou de um sapato, ou de uma blusa, ou de uma bolsa. Mulher em shopping sempre está precisando de alguma coisa, mesmo sabendo que em seu guarda-roupa já não cabe mais nada. Ainda bem que o meu é igual coração de mãe.

Não, você não pode, sussurrou uma miniatura de mim, vestida de anjo, ao pé do meu ouvido direito. Vá logo comprar seu almoço ou você vai chegar atrasada ao trabalho. Mas você está precisando de umas calças lisas, leves e sociais para trabalhar, ou uns saiões, porque nesse calor tá impossível usar jeans e essa sua roupinha, vamos combinar, está horrorosa, sussurrou uma outra miniatura de mim, segurando um tridente, ao pé do meu ouvido esquerdo.

Tem isso também. Você vai vendo aquele monte de roupa, cada uma mais linda que a outra, e quando se olha nos espelhos espalhados pelo shopping, já se sente a mulher mais feia e maltrapilha do mundo. Ah, não, preciso de umas roupas novas, as minhas estão horríveis. É a primeira coisa que pensamos e já é o primeiro passo para o estrago. Se fosse comprar uma calça ou uma blusa, tudo bem, o problema é que mulher quando começa não quer mais parar. Já quer renovar logo o guarda-roupa inteiro. Tudo bem, renovar o guarda-roupa é legal, mas daí a querer fazer isso todo mês, logo depois que o pagamento entra na conta, é pedir para passar fome.

As duas miniaturas começaram a discutir e eu fui ficando confusa. Quando dei por mim, já estava envolvida pelas araras da Dres To. Fudeu! Eu nunca entro numa loja, assim, por entrar. Sempre acabo comprando alguma coisa. É chato sair de mãos abanando. Já fui vendedora e sei o quanto as meninas ralam para conseguir vender uma peça. Me sinto na obrigação de ser solidária a elas.

Quero ver calça que não seja jeans, você tem? Perguntei à Jamile (era esse o nome da vendedora, super simpática, que me atendeu. Outra coisa que me conquista e me faz gastar ainda mais: simpatia de vendedor)

Quando perguntei da calça, já estava com uma pantalona na mão, doida para levar ao provador. É linda, né? Para você deve ser P, vou buscar uma para você experimentar. Ok, enquanto isso, vou vendo aqui se gosto de mais alguma coisa. É claro que eu já tinha gostado de várias outras peças e pedi que ela pegasse uma blusa que estava exposta na vitrine, afinal, eu não poderia levar uma calça linda daquela sem uma blusa à altura para combinar. Já sentiram, né? Eu nem tinha experimentado a calça e já sabia que ia levar. E levei. Levei a calça e a blusa e já queria sair de lá vestida, porque aquela minha roupinha estava o ó. Aliás, não contem a ninguém, eu já cansei de sair da loja vestida com a roupa recém comprada. Já troquei de roupa em banheiro de shopping também. Será que eu sou a única pessoa que faz isso? Sempre me faço essa pergunta. Não, dessa vez eu não saí vestida com a roupa nova, mas não vejo a hora de chegar logo amanhã para estreia-la.

Postado por Érika

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Carta a um velho conhecido

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Depois de dias pensando no que escrever, finalmente criei disposição para sentar a bunda na cadeira e exercitar meus dedinhos compridos sobre um teclado duro, na intenção de encher a tela do computador de palavras para você. Ainda não sei o que dizer, mas, ainda assim, quero digitar-lhe um texto, uma carta ou coisa que o valha.

Ando um tanto filosófica ultimamente. Filosofia vazia, é verdade, mas filosofias são filosofias. Não, eu não bebi nem fumei maconha. Talvez as substâncias do álcool e da cannabis tenham se instalado de vez no meu organismo, de modo que eu, agora, fiquei assim.

É que eu ando sonhando com você. E aí já viu, né? Meus pensamentos voltaram a se voltarem para você. São sonhos de encontros casuais entre você e eu e eu fico agora imaginando como seria se isso acontecesse. Na rua, em casa, no trabalho, na faculdade, na praia, na puta que pariu, eu só tenho pensamento para você. No caminho da minha casa até o mercado, imagino você se aproximando, no shopping e nos pontos turísticos da cidade, imagino que você pode estar a passeio e aí, num susto, nos esbarramos. Muito louco isso, louco mesmo, de loucura mental.

Eu tenho ido dormir pensando em você e rezando para sonhar com você. E sonho. Fico louca querendo perguntar de você às pessoas, mas aí eu levaria uma baita de uma bronca de todas elas.

Nunca me esqueço do dia do seu aniversário, nem do dia em que tudo começou entre a gente. Maldito dia, do qual, por incrível que possa parecer, eu não me arrependo nem um pouco. Imagine só, morrer sem ter conhecido o gosto e a textura do que você tem de mais gostoso?

Nesses anos todos achei que tivesse te esquecido, mas aí volto a pensar em você e percebo que não esqueci porra nenhuma. Também, quem manda ter a pica doce? Pode se gabar, mas, na cama, você foi o melhor de todos. Não só na cama. Na verdade, o conjunto todo. A gente tinha uma sintonia que eu não consegui ter com mais ninguém. Tive um que chegou perto, mas não te superou. Cheguei a pensar que finalmente havia encontrado alguém melhor que você. Engano meu. Seu oral é muito melhor, você bate e foi o único que eu tive que gostava de levar na cara e ainda pedia mais.

Meu último namoradinho era um amor, mas foram seis meses de puro tédio. Um médico lindo e super inteligente. Você sabe o quanto sinto tesão por inteligência. Moreno, cabelos de cachinhos, barba (eu adoro uma barba, principalmente roçando aquela parte baixa e central do meu corpo, que você conhece muito bem), mas ele não dava conta de mim. Eu até gostava do bichinho, mas eu queria agressividade. Na verdade, eu busco um assim como você, com cara de canalha (todo canalha é magro, lembra?). Ele é magro, mas certinho demais pra mim. Meu outro ex tem aquele tempero baiano que eu acho uma delícia e que você não tem, mas, ainda assim, você continua sendo o número um.

Nem era isso o que eu tinha a dizer, mas aí o assunto foi surgindo naturalmente, de modo que eu acho que você ou vai rir, ou vai me achar ridícula, ou as duas coisas, ou simplesmente ignorar sem achar nada. Mas a vida é assim mesmo.

Olha, apaixonada por você, não mais, mas eu seria, fácil, sua novamente, só pra voltar a ser bem comida. Não que eu esteja mal comida, porque eu dou os meus pulos, mas não tão bem quanto quando era você quem me comia.

A vida vai bem, obrigada, mas ela estaria muito melhor com você na minha cama todos os dias.

Postado por Bárbara

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Direto ao ponto

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Mulher tem mania de se achar tão poderosa a ponto de querer mudar um homem. Coitada. Coloque uma coisa nessa sua cabecinha oca, filhinha: você não vai conseguir. Não, não estou te chamando de incapaz nem estou querendo te diminuir. Mas desconheço qualquer registro de uma mulher que tenha conseguido essa façanha. É como a fórmula da coca-cola, ninguém sabe qual é.

Essa mania de achar que vai colocar homem mulherengo na linha e depois se casar com ele é ilusão, minha filha. Onde já se viu sair uma vez e, na segunda, já querer um anel de noivado? É uma semana saindo com o cara e você já se sente no direito de fazer mil e uma cobranças, mas aí você já sabe no que vai dar, não é, meu bem? Afinal de contas, não terá sido a primeira vez. E não venha querer entrar no jogo dele, naquela de que também não quer compromisso, sabendo que o que você mais quer na vida é se casar, ter filhos e viver como uma família de comercial de margarina. Você vai se foder do mesmo jeito.

A não ser que o cara seja um mosca morta, e nesse caso não tem o que mudar, porque já veio sob medida para servir de capacho, quem muda acaba sendo você. Se ele prefere as loiras, lá vai a trouxa tingir o cabelo. Se ele prefere as peitudas, você passa fome, mas desembolsa um belo par de seios e se ele achar que ficou feio, você vai correndo mandar tirar. E se ele não gosta dos seus amigos? Você se isola e passa a viver a vida dele. Tolinha!

Na qualidade de mulher, até concordo quando vocês reclamam que os homens não querem nada (eu também reclamo, não vou mentir), mas também é verdade que nós estamos cada vez mais insuportáveis. Eu até entendo essa postura masculina, porque aguentar mulher hoje em dia deve ser um ato de heroísmo.

Quanto a mim, estou muito bem, obrigada, e não estou esperando nenhum pedido de casamento ou algo que o valha após o segundo encontro, mas que ele continue me dando o prazer da sua companhia e aquelas outras coisas que tem oferecido tão bem, que tá massa.

Postado por Deby

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Não é dor de cotovelo, é raiva

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Não que eu ainda sinta alguma coisa por ele. Realmente, não sinto absolutamente nada. Ou pelo menos achava que não sentia, até vê-lo, hoje, com ela, debaixo do guarda-chuva, com o braço esquerdo passando pela cintura dela, como um casalzinho patético. Doeu, mas não foi no coração, foi no ego.

A primeira coisa que a gente pensa nessas horas é “o que ela tem que eu não tenho?” Beleza interior, deve ser. Ou será que, naquela idade, ainda é virgem e ele quer ser o primeiro? Talvez nem seja, mas com certeza ele ainda não comeu. Ou será que comeu? Ela tem estado tão menos feia que de costume, com um certo brilho no olhar, esmalte vermelho. E o que eu tenho a ver com isso? Eles que são livres, que se explodam.

Mas por que essa raiva dela se ela nunca me fez nada? O cretino da história é ele, que dá em cima de todo mundo. Ela nem é minha amiga, não tem por que não ficar com ele, mesmo sabendo que nós dois tivemos uma historinha e que, já na época, dava em cima dele descaradamente. Mas ele dava trela, aquele mulherengo, que, depois de tudo o que me fez passar, ainda deu em cima de uma amiga minha, que tinha sido rejeitada pelo carinha que tava ficando, fazia pouco tempo. E mulher rejeitada adora quando outro começa a dar em cima dela, seja para massagear o ego, seja para levantar a autoestima e, o mais provável, para fazer ciúme no cara que a rejeitou. Pior que a cachorra me contava tudo, achando (fingindo achar, que eu sei), que era tudo muito natural. Tá, ela não tem culpa. Ele é que deveria se tocar e ter o mínimo de respeito pelos sentimentos de alguém que ele sempre disse considerar pra caralho.

Eu ainda não sei o que aconteceu pra ter sofrido tanto pelo desgraçado. Ele não me satisfazia sexualmente. Uma vez, em meio a uma discussão, a criatura teve a coragem de me chamar de mal comida. Claro, você não consegue dar conta. Falei pra ele, que até pode ser bom lá para as negas dele e para essa outra aí do guarda-chuva que nunca deve ter visto uma pica de verdade ou, se viu, não deve ter sido lá essa pica toda.

Minha autoestima afundou, mas minha raiva foi ainda maior que a profundidade do buraco para onde foi a autoestima. Tá, eu tenho ficado com outras pessoas, mas isso não vem ao caso. O caso é que ele está dando em cima daquela coisa na minha frente. Me sinto como se tivesse sido trocada.

Não, gente, eu não sinto nada por ele. É só raiva e a dor de ter sido jogada para escanteio. Juro.

Quer saber do quê mais? Que ele vá pro diabo que o carregue, porque, de pica, eu estou muito bem servida.

Postado por Renata

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Pica de ex para manutenção própria pode ser perigoso

Pica de manutenção é bom, mas pode ser perigoso se o dono for seu ex. Sempre tive uma pica de manutenção e nunca tive problema como venho tendo com a atual. É que antes de se tornar objeto de manutenção, ela era objeto de diversão, carinho e muito amor. Eu estou falando da pica do meu ex. Esse nome é feio, né? Mas eu vou chamar como? Pinto? Rôla? Pênis? Pênis confere uma certa formalidade e formalidade, quem me conhece sabe, não combina comigo. Pinto é um tanto arcaico e rôla é mais feio que pica. Tem peru também, mas que brega, né? Vamos de pica mesmo (opa!).

Foram três meses intensos de namoro. Praticamente um casamento relâmpago. Confesso que eu só quis namorar depois de ter experimentado. O cara é o espetáculo da Terra e sabe disso. Ele nutria uma certa paixãozinha por mim. Fez de tudo para me conquistar e conseguiu. Também, com aquela pica fantástica, não há mulher que resista. Não foi só a pica, gente. Ele era um amor. Carinhoso, cuidava de mim, fazia comidinhas gostosas, me paparicava, fazia todas as minhas vontades e ainda era bom de cama. Poucos conseguiram dar conta de mim como ele. A gente tem uma química muito forte. Nossos corpos juntos falam por si só. A coisa é tão forte que mesmo depois de um ano do término do namoro, não conseguimos nos largar.

De março para cá temos nos visto constantemente. Ele tem sido a minha pica de manutenção e eu não tenho nenhuma à altura para substituir. Estava com um paquera, outro, mas nada que chegue perto dele. Ele sabe usar direitinho aquilo que carrega no meio das pernas. E como sabe. Eta God maravilhoso!

Eu deveria estar feliz, né? Embora eu tenha amanhecido cheia de disposição e com pele em seda, meu coração se encheu de vazio na hora em que ele saiu pela porta da minha sala. Bem que ele falou que beijar na boca era perigoso. Por que eu não segui os conselhos da Kit De Luca de uma Linda Mulher? Mas sexo sem beijo na boca é tão estranho. No início não nos beijávamos. Mal nos olhávamos. Mas não era a mesma coisa. O sexo em si, a coisa da carne, é bom, mas o beijo completa e traz emoção.

Será que eu ainda gosto dele? Olha, não sei dizer, porque não teria problema nenhum se eu saísse na rua e o visse com outra, como já aconteceu algumas vezes. Até o recomendaria às minhas amigas. Mas e a vontade de estar perto dele o tempo todo? E a falta que ele me faz quando eu faço o café que ele me ensinou; quando vejo maracujá no supermercado e me lembro do mousse de maracujá que ele faz; quando vejo alguém tomando a cerveja preta que ele tanto gosta, quando vejo uma calcinha vagabunda nas lojas de departamento e imagino que poderia comprar só para ele rasgar, como tantas outras que ele já rasgou; quando ouço uma música e tenho certeza de que ele ia gostar muito de ouvir também; quando vou andar de bicicleta no parque e me lembro da primeira vez em que fui lá e que foi com ele; quando vejo uma onda grande e me lembro que ele adoraria estar ali com sua prancha? Tantas lembranças que um beijo, um único beijo, trouxe à tona.

Eu não sei realmente o que sinto, mas se ele pedisse para voltar, eu não pensaria duas vezes. Voltaria facinho, facinho.

Postado por Renata

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O que eu sinto

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Estou sentindo a sua falta, mas não devo lhe dizer isso, porque o que eu queria era que, sabendo disso, você confessasse que também sente a minha falta. Mas não, você não vai confessar, e não vai porque não é verdade que você está sentindo a minha falta, e, sabendo disso, você não precisa saber o que eu sinto, embora doa e essa dor me faça sentir a necessidade de abrir meu coração, na esperança de que você abra o seu e que dele saia somente aquilo que eu quero ver.


Sinto sua falta.



Postado por Bárbara

quarta-feira, 20 de julho de 2011

10 grandes vantagens de se morar só

Você pode testar a sonoridade do seu arroto sem se passar por mal educado

Você não precisa prender seu pum, porque ninguém vai sentir o cheiro

O controle da TV é só e somente seu

Você pode se esparramar na sua cama king

Você pode fazer cocô com a porta do banheiro aberta e nem precisa borrifar o bom ar para disfarçar o cheiro (eu odeio bom ar, principalmente quando misturado com cheiro de bosta)

Você pode deixar a louça suja dormir na pia por quanto tempo quiser sem ninguém pra te encher o saco e ninguém precisa saber disso

Você não precisa arrumar seu quarto todos os dias, ou dia nenhum (pra quê arrumar a cama, se você nunca está em casa e de noite vai ter que bagunçar tudo de novo? Minha mãe não entende isso)

Você pode ouvir Xuxa no último volume e ainda dançar a coreografia do Ilariê e não vai estar pagando mico por isso

Você pode falar sozinho na frente do espelho, gritar se quiser, sem se passar por louco

A melhor de todas: você não precisa pagar motel (sem contar que eu acho motel o ó. Minha cama é bem mais confortável)

Para encerrar, um bônus: você pode fumar maconha à la vonté sem precisar queimar incenso para disfarçar o cheiro.

Postado por Amanda Alarcão

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O filé de "medusa" e a voz do aeroporto

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O Clube das calcinhas acaba de entrar na fase da pilotância de fogão. Tudo começou quando o colesterol da Renata subiu e ela decidiu fazer a sua própria quentinha para levar para o trabalho.

Quatro meses se passaram e não é que a danadinha tá ficando boa nisso? E se ela pode, eu também consigo!

Filé de merluza. Existe um peixe chamado merluza? Acabei de ver no google que sim, só para confirmar. Quando eu era criança, sempre via os supermercados anunciarem promoção de filé de merluza, no intervalo da novela (adoro novelas), mas eu sempre entendia a voz da propaganda dizer "filé de medusa" e cresci acreditando que aquela mulher de cabelo de cobra era, na verdade, um bicho que vivia no mar e que as pessoas comiam cozido. Mas aí, um dia, no mercado com minha mãe (eu tinha uns 16 anos), vi um cartaz anunciando o "filé de merluza" e uma cesta cheia de pedaço de peixe. Foi aí que entendi que o que a voz da propaganda falava era merluza e não medusa.

Por falar em voz, a da propaganda sempre foi um mistério para mim, assim como a voz do Lombardi (que Deus o tenha) e a voz do aeroporto. Eu sempre ficava imaginando a cara que os donos dessas vozes tinham. Ainda fico viajando nisso. A cara da voz do aeroporto, por exemplo, é bem clara na minha cabeça: uma quarentona de rosto fino e comprido, nariz grande e afilado, lábios finos, olhos castanhos, olhar profundo e expressivo. Ela é morena, meio amarelada, daquelas que não pega sol nunca. Já imaginei que ela pudesse ser loira de pele amarela. Branquela nunca. Mas ela morena, cabelos pretos, combina mais com a voz. Os cabelos são grandes, bem grandes, volumosos, pesados, ondulações de leve, mas ela usa coque ou prende com aqueles tules de secretária, não sei o nome daquilo. Ela é alta, magra das canelas grossas, usa saia longuete cintura alta e azul marinho, scarpin preto, camisete branca de botão por dentro da saia, igual às comissárias de bordo de antigamente. Ela é bem séria, não sorri nunca, e fica escondida dentro de uma cabine invisível, porque ninguém pode vê-la. Quando era criança, achava que ela morava dentro do teto do aeroporto.

A voz da propaganda tem a cara do Luiz Gustavo em Salvador da Pátria, quando ele fazia o Juca Pirama. Usa calça social, mocassim e camisa de botão branca, meio aberta, revelando um pouco do peito cabeludo.

Depois desse "breve" relato sobre as vozes misteriosas, o file de merluza. Então. Comprei congelado e resolvi fazer para jantar, acompanhado com arroz, brócolis e batata frita. Fiz o brócolis igual à Amanda: cozinhei na água, porque também não tenho cuzcuzeiro. Refoguei o filé no shoyu e achei que era só fazer igual faz com carne ou frango, que a gente fica virando os lados até ficar bem fritinho. Fui fazer isso com o filé e ele despedaçou todo. Ô, decepção! Pelo menos ficou gostosinho.

Postado por Gabi

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Yakisoba da Alarcão

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Essa coisa de cozinhar até que tem dado certo. Ontem resolvi que queria fazer yakisoba para o almoço de hoje. O primeiro passo foi ir ao mercado comprar brócolis. Mas como é que cozinha isso? No vapor, me disseram. Como assim no vapor? Não entendo nada disso. Coloque no cuscuzeiro, ora essa! Mas eu não tenho cuscuzeiro!

Cozinhar na água foi a solução. Deu certo.

Agora vamos cortar a cebola em pétalas. Em pétalas? Sim, descamar (aprendi na internet). Coloquei a cebola no prato, enchi a boca de água e lá fui eu despetalar cebola enquanto assistia a Insensato Coração. Comecei a chorar. Não porque a Cecília fez as pazes com o Rafa, mas porque meus olhos começaram a arder. O velho truque da água na boca que minha mãe um dia me ensinou não deu certo.

E agora? Como é que faz para não chorar enquanto corta cebola? Choveram dicas no facebook. Uma me chamou bastante atenção. Interessantíssima. Colocar alguns palitos de fósforo na boca, porque aí a acidez da cebola vai para a cabeça dos palitos. Científico isso. O problema é que meu fogão é automático. Há cinco anos morando sozinha, nunca comprei palitos de fósforo. E quando falta luz? Ainda não precisei pensar nisso, e, apesar dos isqueiros em casa, vou providenciar uma caixa de fósforos para o caso das cebolas.

Cebola cortada, olhos vermelhos e irritados, hora da cenoura e do pimentão amarelo. A cenoura em rodelas e o pimentão em tiras. Enquanto isso, em insensato coração, Norma está fazendo Leo de escravo sexual. Ah, se eu tivesse um Gabriel Braga Nunes aqui em casa...

O frango já estava pronto. Aliás, esse frango merece um parêntese. É que eu havia preparado no dia anterior. Cortei em cubos, temperei e refoguei no shoyu. Tudo lindo até aí, mas como sempre acontecem pequenos desastres quando passo pela cozinha, dessa vez não haveria de ser diferente. Fui passar o frango da panela para a topwere, tropecei na mesa e caiu tudo no chão. Resultado: além de uma pia cheia de louça, ganhei um chão melecado e ainda tive que fazer o frango tudo de novo. Ai, a cozinha... juro que estou tentando me entender com ela, mas ela me testa o tempo todo e, quando menos espero, lá vem a danada e me dá uma rasteira.

Voltando ao yaki (tudo bem se, ao invés de yakisoba, eu falar yaki para economizar na digitação?), descobri que existe um molho pronto que a gente compra no supermercado. E eu achando que era só jogar tudo no shoyu. Bobinha!

Na falta do tal molho, primeiro fui buscar no google a receita caseira, mas desisti quando vi que levava óleo de gergelim, gengibre e pasta de amendoim. Quanto ao gengibre e à pasta de amendoim, tudo bem, mas óleo de gergelim? Nem sabia que existia isso.

Bom, vamos ao improviso. Na panela, coloquei uma xícara de shoyu, que precisava ficar mais docinho e consistente. Então coloquei uma colher de sopa, não muito cheia, de maisena e uma colherinha de açúcar. Era o que eu tinha em casa. Mexi até ele ganhar uma leve consistência e misturei a cenoura, a cebola, o pimentão, o brócolis e o frango (esqueci de comprar acelga). Deixei dar uma fervidinha de leve e joguei o macarrão. Dei uma mexidinha e, tchã, tchã, tchã tchã... o yaki estava prontinho da silva.

O macarrão que eu usei foi o miojo e eu ainda usei aquele tempero que vem nele. Você também pode comprar o miojo yaki, mas, como eu já tinha outro aqui em casa, resolvi aproveitar. Mais uma coisa: a cenoura, o pimentão e a cebola, eu refoguei na água antes de misturar no molho.

Quanto às medidas, use a quantidade que você acha que vai comer. Eu não sou muito boa com isso de medida. Uso a intuição. Por enquanto tem dado certo.

Se o Yaki ficou bom? Não é por nada, não, mas fez sucesso lá no meu trabalho. Pena o cartão de memória da minha câmera ter queimado e eu não ter tido vergonha na cara para comprar um novo. Ai, gente, muita preguiça de sair de casa.

Postado por Amanda Alarcão



quinta-feira, 7 de julho de 2011

Cozinhar é para poucos


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Há tempos atrás eu diria que cozinhar é uma tarefa impossível, mas depois que meu colesterol chegou a 272 eu tive que vestir minha roupinha de canguru e dar meus pulos.

Restaurante de comida natural seria uma ótima se tivesse um perto do meu trabalho, mas eu acabaria enjoando com o tempo. Pedir quentinha foi a solução. Uma amiga me recomendou um ótimo delivery que funcionou por dois meses, porque eu acabei enjoando daquela comida insossa.

Apelei para minha prima. Ela mora pertinho do meu trabalho, mas não pega bem ficar almoçando todos os dias na casa dos outros. Tive, então, que aprender lutar com o fogão. Isso já faz alguns meses. E passou a ser assim: vez ou outra eu almoço na minha prima e outras vezes cozinho e levo para comer no trabalho.

Fui à ginecologista no início da semana. Levei um susto com minha menstruação atrasada há quase um mês. O beta hcg deu negativo, graças a Jah. Ao ver meus exames de rotina, ela me mandou procurar um cardiologista. Segundo ela, fumante que toma anticoncepcional e que ainda está com o colesterol alto, pode ter ataque cardiovascular e trombose.

Fui me consultar com o cardiologista que ela me recomendou. Não posso deixar de dizer aqui que o coroa é um pão.

Pressão ok, eletrocardiograma ok, alimentação nota zero. Ele me passou uma dieta. Pasmem, com 1,78 de altura e 59 quilos (engordei 4 quilos, mas continuo macérrima), eu vou ter de fazer dieta e exercício físico. Nada de açúcar nem gordura saturada.

Nem um docinho de vez em quando doutor? Muito de vez em quando até pode. E a cerveja? Se for com moderação também pode. Mas eu não bebo com moderação (isso eu não disse a ele). Vou ter que parar de fumar também (pergunta idiota)? Você fuma quanto por dia? Um maço por mês. Ah, não, é pouco. Só pra curtir não tem problema. E Cannabis? Bom, essa pergunta ficou só no pensamento e mesmo que ele me mandasse, essa eu não deixo, não.

Conversa vai, conversa vem, ele pergunta se eu moro sozinha. Será que ele está querendo conhecer minha casa? Foi isso o que pensei quando ele fez a pergunta. Sim, moro só. Entendo sua situação. O dia todo fora de casa, deve viver comendo na rua. Na verdade eu como em casa. Detesto motel. É, só na rua. Sabe cozinhar? Eu tento. Vai ter que continuar tentando, porque essas porcarias que você come na rua só vão piorar sua situação. Perecia até minha mãe falando.

Eu também moro só. Opa! Será que ele vai me convidar para conhecer seu apê? Pensei de novo. Por isso tive que aprender a me virar para não ficar comendo na rua, continuou o doutor. Vou te ensinar umas receitas. No meu apartamento ou no seu? De novo meus pensamentos libidinosos. Ai, como eu queria.

Sopa de abóbora. Já comeu? É simples, você vai cozinhar umas duzentas gramas de abóbora com mais três cebolas pequenas e tempero verde. Depois vai bater tudo no liquidificador com duas colheres de azeite. Mas azeite tem gordura saturada, doutor. Duas colherinhas não tem problema. Eu bato sem água, porque gosto dela bem consistente. Se você quiser, pode bater com leite também. No seu caso, leite desnatado. Pode colocar sal, se quiser. Tome à noite, na hora do jantar. Fica uma delícia. Delícia é você, doutor.

Fiz a sopa. Realmente, uma delícia. Ela fica bem cremosa se batida sem água ou leite. Para incrementar, tomei com pão de centeio (é o pão que eu posso comer nos próximos dois meses).

Cortar abóbora não é fácil. Você tem que ter uma mega faca e eu só tenho essas facas de mesa. Além do creme eu ainda fiz meu almoço de amanhã. Arroz mais frango grelhado e refogado no azeite e no shoyu. Fora o fato de estar com a mão toda cortada e queimada de azeite quente, correu tudo bem.

Pelo menos "sou carinhosa e tenho talento pra boemia".

Postado por Renata


domingo, 26 de junho de 2011

O santo

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Não resisti e comprei. Dizem que, para dar certo, a gente tem que ganhar, mas como ninguém nunca me deu nada disso, fui lá e comprei, sim, uma imagem de Santo Antônio. Uma não. Comprei logo duas para garantir. A maior fica em cima no meu criado mudo e a menor fica na minha mesa de trabalho, com o nome da bênção, para ele, o santo, saber que o meu traste eu já escolhi.

Não vale nada o infeliz, mas, como, sabiamente, canta o Calcinha Preta, "você não vale nada nas eu gosto de você". E já que o momento é de abrir o coração, preciso abrir o meu: ele não é bom de cama. Não, gente, ele não é. Nossa primeira vez foi linda de tão selvagem. Foi aí que me apaixonei. Amor de pica, sabe? Aquele que bate e fica. E ficou, porque mesmo depois que a coisa foi ficando meia-boca eu continuei (e continuo) apaixonada. Talvez nem esteja. Talvez seja mais um capricho do que qualquer coisa. É que com o passar do tempo ele foi ficando difícil e eu me senti desafiada. Agora não sossego enquanto ele não estiver comendo na minha mão. Coisa de mulher rejeitada.

Por que a gente se desgasta com essas coisas? Tanto homem por aí e vai encasquetar logo com o que só quer saber de comer a gente? E pior: só quer saber de comer e come mal. Lá pela terceira transa ele foi deixando a desejar e eu tive que apelar pro ex-namorado, que também só quer me comer (e eu só quero que ele me coma mesmo), para eu não ficar com aquele humorzinho de mulher mal comida.

Voltando aos homens, como eu estava dizendo, tanto homem por aí e a gente empaca logo naquele que só quer saber de comer e jogar fora. Na verdade nem são tantos assim os homens disponíveis. Os mais interessantes ou são casados ou são gays. Sendo assim, a gente vai no "não tem tu vai tu mesmo". No melhorzinho que a gente encontra, ou no menos pior, que não fala errado e nem escreve "concerteza". Ai, que eu fico doente quando estou conversando no msn com alguém que escreve errado. Não é um errinho besta de digitação ou aqueles erros comuns de ortografia, mas são erros grotescos, daqueles de doer as vistas.

O traste, apesar de traste, tem lá suas qualidades. Poucas, mas tem. Pelo menos escreve direitinho, tem curso superior e sabe falar. É ambicioso e tem tudo para ter um futuro brilhante. Além disso, é bonitinho, tem barba ruiva e sotaque pernambucano, o que o deixou a centenas de pontos à frente dos outros. Outra coisa importante: ele beija gostoso. Beijo é tudo, né gente. Se é ruim de cama, dá pra ensinar a ser bom, mas se o beijo é ruim, aí eu me saio.

Mas ó, gosto dele, viu? E Santo Antônio há de me ajudar. Sem essa de deixar de cabeça pra baixo, mergulhado em copo d'água ou dentro do congelador. Estou sendo boazinha com o santo, que é pra ele ser bonzinho comigo também. Mas se me der o gelo, vai direto pro frigorífico.

Postado por Deby


domingo, 22 de maio de 2011

Salva pelo cinema (e pela companhia)

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Como diz Tulipa Ruiz, “vou ficar mais um pouquinho para ver se acontece alguma coisa nessa tarde de domingo”.

Ficar onde mesmo? Em casa, só se for, ainda por cima sozinha, vendo filminhos bonitinhos com direito a chorar no final, numa tarde de chuva, onde a única coisa que tenho de vontade de fazer é dormir no meu quarto escuro, abraçada no travesseiro. O que mais poderia acontecer nessa tarde monótona de domingo?

Fui dormir, mas não abracei o travesseiro. Sonhei que estava dando à luz um casal de gêmeos, cujo pai não consegui ver o rosto. Dizem que quando a gente tem esse tipo de sonho é porque alguma mulher conhecida está grávida. Quem seria? Bem, deixa pra lá.

No momento em que ia ver o rosto do felizardo, o pai, toca o celular, que estava na mesinha ao lado da cama. Era meu ex e não há a menor chance de ele ser o pai, caso eu esteja grávida, assim como também não existe nenhuma possibilidade de eu estar nesse estado, eu acho.

Me chamou para ir ao cinema. Olha aí o acontecimento da tarde do domingo. Aliás, queria desabafar aqui uma coisa: não fosse pelo cinema com o ex, meu dia hoje teria sido o ó. Choveu o dia todo, já passa da meia-noite e a chuva que estragou meu passeio de bike no parque Pituaçu pela manhã ainda persiste.

Me surpreendi quando me chamou para ver um filme francês que eu já estava há dias para ver. Logo ele que só gosta de blockbuster. Há pouco mais de duas semanas eu ganhei um par de convites para ver a pré- estreia desse filme e meu atual ficante, paquera ou, para ser mais exata, o cara que está me comendo, não quis ir ver. “Filme francês? Tô fora.” Foi essa a resposta dele quando o chamei para ir assistir comigo.

O título em francês é L'arnacoeur ou, em portugês, Como Arrazar um Coração. É a estória de um cara que é contratado para separar um casal que está prestes a se casar. Ele seduz a noiva e os dois acabam se apaixonando. É uma comédia romântica e, sim, eu chorei no final, mas dei boas risadas também. Demos boas risadas, na verdade (eu e o ex). Depois do filme fomos comer pastel num barzinho aqui perto de casa. Só não foi melhor porque não estou podendo beber. Mesmo assim, me diverti muito tomando suco de laranja.

Postado por Gabi

sábado, 21 de maio de 2011

Inovações gastronômicas

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Adoro esta palavra: “gastronômico(a)”. Me sinto falando difícil cada vez que a pronuncio. Talvez seja por isso que todas as vezes que escrevo sobre minhas experiências culináricas (adoro inventar substantivos derivados), dou um jeito de coloca-la em meus títulos. Aliás, vocês já devem ter percebido que eu sou péssima para títulos. Outra coisa que acabei de perceber é que tenho mania de comentários entre parênteses. Sabe o que é? Meu pensamento voa a mil. Uma coisa vai me remetendo a outra, que me remete a outra, e a outra, e a outra e algumas coisas eu não posso deixar passar, como, por exemplo, todo este parágrafo, que só não foi escrito entre parênteses porque ia ficar esquisito começar um texto dessa maneira. Para finalizar o parágrafo e entrar na inovação, eu queria explicar que tenho mania de explicação. Gosto de tudo muito bem explicadinho, igual àquele personagem de “a praça é nossa” (ainda existe esse programa? Antigamente passava todas as sextas. Carlos Alberto ainda está vivo?).

Pronto. Agora podemos ir direto para a inovação com todos os seus parênteses.

Por que todas as vezes que cozinhamos para outras pessoas, mesmo que seja um ovo frito ou aquela comida básica de todos os dias, ficamos preocupados em saber se está tudo gostoso? Acontece isso com vocês também? É como vestir aquela roupa nova ou exibir aquele cabelo que acabou de sair do salão e ficar o tempo todo perguntando: meu cabelo está bom? Essa roupa ficou legal? Você sabe que está bom, mas fica o tempo todo pedindo elogios. Assim é, também, quando cozinho para uma pessoa querida.

Hoje foi macarronada com molho de camarão. Nunca tinha feito essa receita antes. Na verdade eu a inventei ontem no supermercado. Motivo de sobra para eu ficar perguntando se estava boa.

Minha especialidade em macarronadas é a com molho de gorgonzola. Minhas presas adoram. Gordinho também gostou. Nos últimos três meses só ele tem comido da minha comida, que isso fique bem claro (ele pode estar lendo esse texto agora, vai saber), e tem comido muito bem, diga-se de passagem.

Semana passada ele comeu minha especialidade, gostou e pediu bis essa semana. Mas vocês sabem, é bom variar e hoje eu quis dar uma macarronada diferente para ele não enjoar.

Saímos ontem do cinema direto para o supermercado. Enquanto rodava lá dentro, fiquei maquinando uma receita diferente. Ele queria camarão, então pensei: “camarão com molho de tomate”. Mas eu não queria molho pronto, queria eu mesma preparar em casa o MEU molho. Então peguei tomates, cebola e alho. Azeite já tinha em casa.

Ultimamente eu ando metida a “mestre cuca”. Logo eu que sempre fui um desastre gastronômico (olha a palavrinha de novo). Como disse no post anterior, eu decidi fazer meu próprio almoço e desde que entrei nessa aventura deliciosa (gente, estou me descobrindo na culinária, pois é, pois é, pois é!) ele, o gordinho, tem sido minha cobaia. Diz ele que eu já posso até casar. Deus me livre, ou não. De fato ele tem gostado, senão não estaria comendo até hoje.

Ingredientes comprados, viemos pra casa. Sábado (hoje), hora de acordar. Café da manhã, TV, livros, conversa vai, conversa vem, hora de preparar o almoço. Gordinho, folgado (e lindo), como sempre, foi “repousar” e a mulherzinha aqui foi pilotar o fogão. Não tenho vocação para mulherzinha, mas confesso: estou adorando tudo isso. Sorte dele que, depois dessa confissão (nunca pensei um dia estar dizendo essas coisas) vai se aproveitar ainda mais da minha boa vontade. É porque ele já vem se aproveitando há três meses. Não, não estou reclamando. Estou achando tudo isso lindo, já disse (Meu Deus... sou eu mesma na frente desse computador escrevendo isso?).

Almoço pronto, gordinho a postos com sua taça de vinho na mão. Primeiro uma saladinha verde com tomate-uva e cenoura, de entrada, e depois a macarronada que eu posso chamar de minha. Ele comeu tudo, tudinho e, adivinhem, adorou! O que aconteceu depois fica a cargo da imaginação de vocês.

Vou colocar a receita aqui para quem quiser experimentar.

Ingredientes:
1 pacote do macarrão de sua preferência (eu gosto de talharim)
3 tomates
2 cebolas picadas
Alho amassado
Sal (vai no bom senso)
Camarão sem pele a gosto
1 pimentão amarelo picado
Azeite (também no bom senso)
1 colher de margarina
½ lata de creme de leite
Algumas fatias picadas de queijo mozarela (não contei quantas, mas pode ser o tanto que você quiser, mas sem exagerar)
Manjericão
Pimenta calabresa

Preparo:
Em uma panela com água fervendo, cozinhe o macarrão. Eu nunca sei o tempo. Costumo pegar um fio e morder pra ver se já está bom. Para o molho, leve os tomates, um pouco de sal e uma cebola ao liquidificador e bata. Em outra panela, coloque o azeite e a margarina. Jogue a outra cebola, o pimentão, o alho e o sal. Espere a cebola dourar e jogue o camarão, refogando-o. Em seguida jogue a mozarela, o creme de leite e, por último, o molho de tomate. Deixe ferver por alguns minutos e pronto. Coloque o macarrão num prato, jogue o molho por cima e enfeite com algumas folhinhas de manjericão e um pouco de pimenta calabresa. Se você tiver um gordinho em frente à TV, depois de tomar quase um litro de vinho, com a sua taça de estimação na mão, é melhor você mesma servir, levar o prato até ele e suspender o álcool, senão ele dorme e não tem depois.

Bon appétit!!

Postado por Renata

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Raspas e restos me interessam

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Entre outras coisas decidi que ia fazer, eu mesma, meu próprio almoço. É que eu e a cozinha nunca nos demos muito bem. Tenho um pouco de preguiça, sabe? E, como desculpa, sempre falo que não sei cozinhar. A verdade é que, fora macarronadas, não sou lá essas coisas quando o assunto é culinária. Sem contar a bagunça que a cozinha fica depois.

Era uma noite de terça-feira. Mais ou menos 23h. Nada de sono, nada na TV, nada pra fazer. Resolvi me aventurar. Fui cozinhar. Arroz, carne moída e salada de batata, cenoura, tomate cereja, ovo, manjericão e cebolinha.

Não sou de comer muito. Fiz o suficiente para o meu almoço do dia seguinte.

Comida pronta, cozinha arrumada, nada de sono. MSN, então. Ele estava online há um tempão e não falava comigo. Ele anda estranho ultimamente.

- Amanhã eu vou levar meu almoço, eu mesma fiz! (falei pra ele)
- É mesmo? Tem pra nós dois?
- ...
- Tem? Diz que tem, por favor!
- ...
- ahhhhhh, responde! Leva pra mim também... :)
- o problema é que você come muito, né?
- hahahahahahahahahaha
- mas eu acho que o que tem dá pra você também. Só não vale achar ruim, porque vc sabe que eu não sou lá essa coca-cola toda na cozinha.
- Não sei. Nunca comi nada preparado por vc. Vou ficar sabendo amanhã.
- Tá bom, eu levo!
- aeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! :) :) :)

É claro que não tinha comida pra ele, né, gente? Eu tinha feito a conta certinha pra mim. O que eu fiz? Já era quase 1h da madrugada. O que eu fiz? Pois é. Não contem a ninguém, mas o que eu fiz foi fazer tudo de novo só pra ver o sorriso dele no dia seguinte e ter sua companhia na hora do almoço. Baguncei toda a cozinha, sujei toda a louça de novo e, de novo, arrumei tudo. Fui dormir já eram quase 3h.

É, minhas amigas, demorou pra cair a fica, mas é isso aí. Eu estou completamente apaixonada por ele, arriada os quatro pneus. Tô de quatro pelo cara.

Aí algumas de vocês pensam: será que ele é bom de cama? Eu respondo: já tive melhores. Bem melhores. Definitivamente não é esse o motivo. Ele é daqueles que não consegue segurar e já vai logo gozando, muitas vezes me deixando na mão. Mas ele é tão carinhoso, beija tão gostoso, me abraça apertado, me faz rir, anda de mãos dadas comigo no shopping, me leva trufas no final da tarde e ainda por cima tem sotaque pernambucano. Ele é tão, tão lindo... Eu sei que ele não é homem pra mim. Muito infantil, sabe? Gosta de ficar provocando ciuminho o tempo todo e o pior é que eu sempre caio na pilha. Um dia eu falei que não queria mais, mas acabei voltando atrás no dia seguinte. Depois disso ele ficou distante e nunca mais levou trufas.

O almoço foi ótimo. Claro que foi. Se ele solta um peido eu acho lindo. Ele disse que adorou e hoje já me perguntou qual vai ser o cardápio de amanhã, que a sobremesa vai ser por conta dele. Adivinha? Trufas!

Se eu vou fazer almoço pra ele amanhã? Alguém ainda tem dúvida disso? Claro que vou. Vou sim. Vou porque sou besta, vou porque estou apaixonada, vou porque quero tê-lo por perto mesmo que seja por alguns minutos durante o dia, só pra ouvi-lo me chamar de Renatinha com aquele sotaque de Recife.

Nunca pensei que fosse dizer isso um dia, mas, como dizia Cazuza, raspas e restos me interessam sim.

Estou muito mudada mesmo.

Quem me viu e quem me vê...

Postado por Renata