sexta-feira, 30 de abril de 2010

Cortei o cabelo

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Cortei mesmo. Havia decidido que ia deixar crescer, mas não rolou. Não gosto. Meu rosto encolhe e eu fico com cara de Maria Madalena.

Eu tive a sorte de ter nascido com o cabelo liso e assim ele permaneceu ao longo da minha vida. Lembro-me de umas mulheres, quando eu era criança, que tinham o cabelo todo enrolado. Elas diziam: "quando eu era novinha meu cabelo era lisinho. Mas aí com o tempo foi enrolando." Puro despeito! Outras diziam que tinha enrolado porque a mulher que cortou tinha a "mão ruim". E ainda tinha a lenda que cabeleireira menstruada não podia cortar cabelo de ninguém, porque estragava. Desde os 18 anos eu sempre corto o cabelo com a mesma mulher e meu cabelo continua liso. Lisinho. Será que ela nunca esteve menstruada nos dias em que cortou meu cabelo? Qualquer dia desses eu pergunto.

O bom de ter cabelo liso é que ele não te dá trabalho nenhum. Você não precisa sair correndo da chuva, pode entrar no mar quando quiser, pode suar, pode molhar o quanto for, que ele nunca fica enrolado. Na época da faculdade, lembro bem, as meninas escovadas (até então não havia progressivas, definitivas e afins) corriam de um pingo de chuva como o diabo foge da cruz. As mais precavidas carregavam um plástico dentro da bolsa, para esses casos de emergência. E quando tinha trote? Ave Maria!

Mas, voltando ao corte de cabelo. Pois é, cortei. Não está à moda Joãozinho. Não cai muito bem em mim, que tenho o rosto com formato de lua nova. Ficou na altura do queixo. Adorei!!

Meus amigos e colegas de trabalho acharam ruim. Um deles teve a audácia de dizer que é por isso que eu continuo encalhada, porque homem gosta de mulher de cabelão. Quase mandei ele se ferrar. Tô encalhada mesmo, e daí? E não, não estou feliz com isso. Mas pelo menos meu cabelo está lindo!!

Postado por Bárbara

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dizem que dá sorte

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Você acorda, toma banho, tira do armário aquele vestido preto de lacinho nas costas, reto, de comprimento até o joelho, calça um sapatinho liláz, separa uma bolsa liláz para combinar com o sapato, uma maquiagem básica (blush, rímel e brilho) e está pronta, toda linda, para mais um dia de trabalho. Sai de casa e, no caminho até o ponto de táxi, todos na rua te olham. Você se sente o máximo! Bela injeção para a auto-estima. Você continua caminhando pela rua, com enormes óculos escuros, cabelos esvoaçantes, passos largos e... "ploft". Você pisa bem em cima de um cocô de cachorro.

Dizem que dá sorte!

Postado por Bárbara

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Suco de beterraba

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Sempre odiei suco de beterraba. Quando era criança, minha mãe me acordava sete e meia da manhã com um copão desse suco. "Bebe. Você está anêmica!" Era sempre essa mesma frase cada vez que eu fazia uma careta ou chorava de raiva por ter que tomar aquilo. "Eu não vou sair daqui enquanto você não beber tudo." E lá ficava ela, parada, de pé, na frente da minha cama, para ter certeza de que eu ia tomar aquilo. "Se não tomar tudo, vai ficar uma semana sem televisão e sem bicicleta." Ficar sem bicicleta, até que eu aguentava, mas uma semana sem ver Jaspion e Changeman seria o fim. E lá ia eu tomar aquela coisa horrosora.

Depois que passei a ter vontade própria, nunca mais quis saber de beterraba. Quando saí de casa foi só alegria. Minha mãe não estava mais por perto para controlar minha alimentação. Resultado: intestino funcionando mal, pele oleosa e cheia de acne (coisa que eu nunca tive em minha adolescência), queda de cabelo e anemia. Fiquei um horror, a ponto de chegar a ter medo de me olhar no espelho.

Essa tragédia com meu organismo me fez reconhecer que minha mãe tinha razão. Impressionante como elas, as mães, (quase) sempre tem razão. Voltei a tomar suco de beterraba todas as manhãs, mas, para disfarçar aquele gosto que, para mim, continua horrível, eu, seguindo o exemplo da minha amiga Bárbara, que adora inventar misturebas gastronômicas, sempre incremento. Muita gente bate com laranja. Não gosto muito. Hoje eu bati com mamão e duas folhinhas de hortelã. Não coloquei muita água, porque gosto de suco bem consistente. Acreditem: ficou uma delícia!

Postado por Érika

terça-feira, 27 de abril de 2010

Chamada perdida

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Meu celular nunca toca.

Quando toca, ou é engano ou eu não estou por perto para antender. Ou, ainda, é o golpe do toque: quando eu atendo, desligam pra eu poder retornar.

Eu nunca esqueço o celular em casa e quando esqueço, sempre aparecem umas chamadas perdidas.

Se fico o dia inteiro em casa, com o celular no bolso do short, ninguém liga.

Durmo com o celular ligado, em cima da cama, pra eu poder ouvir o despertador. Acordo com ele em cima da cama e ele nunca toca.

Quando chega um SMS ou é cobrança da operadora, ou é alguma promoção.

Se estou no trabalho, com o celular em cima da mesa, ninguém liga. Mas é só sair para beber água ou ir ao banheiro e ele toca. Parece até que adivinha quando estou longe.

Se é um número desconhecido, ignoro a chamada perdida. Não sou do tipo que fica retornando ligação para números desconhecidos. Corre o risco de ser cobrança, telemarketing ou engano, principalmente se o número for de outro Estado.

Quando é um número conhecido (mãe, irmãs, amigos e parentes próximos) eu retorno, mas nunca me atendem. Retorno de novo. Novamente não atendem. Passam-se 5 minutos. Distancio-me do celular. A pessoa a quem retornei a ligação liga de novo. Mas, putz... estou longe da merda do aparelho.

Parece que fazem de sacanagem. Estou pensando seriamente em jogar essa porcaria fora.

Opa! Tocou! Está dentro da bolsa. Espera, vou atender. Não consigo achá-lo dentro daquele ninho de rato que é minha bolsa. Ele toca enlouquecidamente. Achei!!
- Alô?
Desligaram.

Postado por Renata

segunda-feira, 26 de abril de 2010

E agora?

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É, minhas amigas, depois do que vou lhes contar, vocês hão de concluir que meu destino é sofrer pelos canalhas.

Sempre sonhei com um cara gente boa, inteligente, educado, sensível e de bom gosto.

Semanas atrás conheci um exatamente assim. Bonito? Sim. Bonito, simpático, engraçado, mais alto que eu e nada machista (coisa rara aqui na Bahia). Para completar, ele não é gay e está interessado em mim.

Perfeito, certo? Errado! Eu não consigo sentir atração por ele.

Adoro estar com ele, sinto falta quando ele não liga e fico triste se ele não responde às minhas mensagens de texto, mas atração mesmo... nada!

A gente vive reclamando que homem está difícil e que os que prestam já tem dona, mas quando aparece um desses disponível, interessado na gente, a gente não quer. Eu até queria. Juro que quero muito querer, mas eu não consigo.

Se é verdade que dois raios não caem no mesmo lugar, sinto que estou desperdiçando a chance da minha vida, mas ficar sem vontade não rola.

Por que, meu Deus? Por quê?

Postado por Gabi

domingo, 25 de abril de 2010

Ele é o cara

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Terminei minha noite com um momento íntimo de higiene pessoal, como em todas as noites. Mas esta teve um toque especial: Wando. Sim, minha gente, ele mesmo, o terror das domésticas, o tarado das calcinhas, "meu iá iá meu iô iô", o intérprete maior dos desejos mais secretos de uma mulher.

Brega? Não. Verdadeiro! E eu confesso: ADORO!!!
"O que é que eu vou fazer
O que é que eu vou dizer para o meu corpo
Que vai ficar vazio e quase morto
Pois é tão dependente de você
O que é que eu vou fazer
Se essa indecisão me enlouquece
Valorizar alguém que não merece
É coisa que eu não posso responder"

Quem nunca sentiu isso? Amor bandido, amor de pica? Eu confesso: já senti e já senti muito e muitas vezes, seguindo os conselhos daquele que entende como ninguém o coração de uma mulher, procurei me recuperar tentando um amor no lugar do outro.

Talvez seja a carência a principal responsável por estar, ultimamente, despertando em mim tamanha sensibilidade. São sete meses sem sexo. Tanto tempo sem dar pode gerar esse tipo de consequência.

Só de ouvir a voz do Wando cantando "eu já tirei a sua roupa", já começo a subir pelas paredes. Quando ele me chama de "luz, raio, estrela e luar", fecho os olhos e o imagino cheirando a calcinha molhada que eu acabei de jogar, durante um show, em meio a Marias, Conceições e Amélias da vida, desesperadas por um momento, um instante qualquer, um aperto de mão, que seja. Entendam: não é tesão pelo Wando (embora eu pretenda, um dia, ir ao show dele e jogar, em suas mãos, uma calcinha usada) mas vontade de dar. As músicas dele despertam isso em mim. Mas, cá entre nós, eu bem acho que ele tem pegada. Ai que horror!

"Com você posso tudo
Com você quero pecar
Com você eu vejo estrelas
Vejo o sol e o luar."
Ele sim, sabe dizer o que uma mulher precisa ouvir.

Rapazes, aprendam com ele!

Eu ainda hei de trepar em um motel barato, ao som do Wando.

Postado por Deby

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Prisão de ventre

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Esta é para você, minha amiga, que sofre de prisão de ventre. A propósito, alguém já viu algum homem reclamar de prisão de ventre? Eu, particularmente não conheço nenhum que sofra desse mal que me persegue desde que nasci.

Sabe aquela goiaba bem vermelhinha e suculenta? Pois é. É o maior trauma da minha vida. Desde criança, sempre fui louca por goiaba, mas todas as vezes que comia, era batata! Uma semana entopida, de doer tudo. Até sentar era difícil. Ir ao banheiro era um sofriento. Nem com todo o esforço do mundo a bendita saía. Tá, alguém vai dizer que se não comer a goiaba com a semente, não prende o intestino. Mas que graça tem goiaba sem semente, se ela é o que há de mais gostodo e docinho na goiaba?

Hoje em dia, quando meu intestino resolve funcionar, pode saber que é menstruação vindo aí. Eu sei que é nonejto falar sobre isso, mas qual a mulher que não sofre ou nunca sofreu disso, gente? Pouquíssimas!

Já tentei "de um tudo" para tentar regular meu intestino. Lacto purga, complexo 46, chá de sene, o escambal. O resultado é uma madrugada insone no trono. Resolvi apelar para uma tentativa mais saudável: mudar meus hábitos alimentares. Resultado: não consegui.

Minha alimentação nunca foi o que se pôde chamar de "um exemplo de boa alimentação". Sempre comi muito doce e pouca comida "de verdade". Desde os 14 anos, não tomo café da manhã. Levantava muito cedo, mal dava tempo de me vestir e o ônibus da escola já estava businando na porta de casa. Levantar cedo é um saco. Nunca me acostumei com isso.

Depois que saí da casa da minha mãe, piorou. Cheguei a substituir meus almoços por chocolate. Enfim... não adianta, que minha alimentação vai continuar uma porcaria até o dia em que eu ficar doente "de verdade". Mas eu tenho momentos saudáveis. De vez em quando faço minhas vitaminas naturais e isso tem ajudado.
Então, a quem interessar, vai a dica:

Um mamão papaia bem maduro
Uma pêra bem madura
Ameixas secas (coloquei 6)
Meio copo de caldo de beterraba
Um copo d'água
Aveia
Açúcar ou adoçante a gosto
Bata tudo no liquidificador e está pronta a vitamina que eu batizei de Prisão de Ventre.

Funcionou, viu, gente!

Postado por Érika

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um fim de tarde qualquer

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É a primeira vez que saio só em Salvador. Quando saí de casa, direto para morar em outro Estado, o Rio de Janeiro, me vi sozinha em um lugar completamente desconhecido. Não me restava outra saída a não ser sair sozinha. Não tinha nada a perder. Ninguém sabia quem eu era e o máximo que poderia acontecer era as pessoas me acharem ridícula por estar tomando cerveja sozinha e escrevendo igual a uma louca, desenfreada, praticamente psicografando, numa mesa de bar. Foi isso mesmo o que muita gente pensou. Algumas pessoas se aproximaram e tornaram-se amigas. Hoje, os melhores amigos que tenho, apesar da atual distância (moro em Salvador há 1 ano).
Foi numa tarde qualquer, véspera de um feriado qualquer, quando resolvi sair para tomar um chopp, acompanhada do meu velho caderninho de anotações. Antes de descobrir o caderninho de anotações, costumava anotar minhas observações em guardanapos. Até que tive a ideia genial de comprar o caderninho.

O bar fica em frente ao meu prédio. É só atravessar o sinal. Foram um, dois, três chops, em meio a anotações frenéticas. Na mesa da frente, várias pessoas, entre elas, um carinha de bermuda, camiseta e all star branco. Na mesa ao lado, um coroa que, instantes depois, puxou assunto, porque me viu escrevendo.

"Acho o maior barato pessoas que escrevem." Foi assim que ele iniciou o assunto. "Você é jornalista?" "Não." "O que você está escrevendo?" Achei de uma tremenda indiscrição ele ter me perguntado isso. "Nada demais", respondi. "Posso ver?" Como assim posso ver, gente? Claro que não, né? Pensei. Fiquei olhando pra ele, sem saber o que responder e sem querer ser mal-educada, mas ele tava pedindo pra levar uma patada. Onde já se viu vc chegar para uma pessoa que vc nunca viu na vida e perguntar o que ela está escrevendo e, não contente, querer saber o que é? Bom senso ficou em casa, né? "Me desculpe, mas é muito particular." "Entendi... um diário, né? Mas o que você costuma escrever em diários?" Porra! Se é diário, é porque são coisas cotidianas, confidências, segredos, sei lá... coisas particulares. Mas eu, sempre um poço de educação, respondi: "Não, não é um diário."

Besta fui eu de estender a conversa. Devia ter dito que escrevo coisas sobre a minha vida e pedido a conta. Mas, poxa... eu estava só no terceiro chopp e ainda nem tinha escurecido. Além disso, ainda tinha o gatinho de all star, na mesa da frente. "E é o quê, então, já que não é o diário?" "Nada demais, oras. São ideias que me vem à cabeça e eu escrevo. Mas não gosto de mostrar a ninguém. É coisa minha. Só isso."

Abri um sorriso, fechei o caderno e pedi mais um chopp. "Tudo bem, vou te deixar com suas ideias. Me desculpe se fui inconveniente." Até que enfim, um pouco de desconfiômetro. "Não, imagine! Inconveniente nenhum." Abri outro sorriso educado. "Qual o seu nome?" "Renata." "Prazer. Paulo." Mais um sorriso e ele voltou à sua mesa.

Por que os coroas sempre se aproximam de mim? Não podia ser o carinha gatinho da mesa em frente? Eu tenho cara de velha? Já sei... são os óculos.

Enfim. Voltando ao gatinho. Acho que ele tem uma banda de pagode. Não que ele tenha cara de pagodeiro, mas os amigos dele, esses tem.

Ao todo foram seis chopps, com direito a lua cheia, em seguida, na areia da praia.

O contrato de aluguel na Barra venceu e agora estou morando na Pituba. Acho que vou gostar de morar por aqui.

Postado por Renata