sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Bárbara

.
Sou filha única e estragada. Fui mimada pela mãe, pela avó, pela bisavó, pelo avô e pelos tios. Eu fui a primeira filha, neta, bisneta e sobrinha. Tive todos os discos da xuxa, do balão mágico, do trem da alegria e tive alguns da Angélica e da Mara Maravilha. Tive barbies, chuquinhas, queridos pôneis, melissinhas que vinham com relógios, calói cecizinha e ia para escola toda enfeitada de maria chiquinha no cabelo.  Cresci acreditando que a vida é um conto de fadas, perdi a virgindade aos 22 anos, fui noiva aos 25, terminei aos 26 e, ainda aos 26, saí de casa. Choro com comédias românticas, bebo excessivamente, fumo de vez em quando e já tentei me matar. Ainda assim, continuo sonhando com um príncipe encantado. Sou do tipo que que usa calcinha rosa no reveillon e fica esperando o telefonema daquele carinha que conheceu na noite anterior. Depois que terminei o noivado, nunca mais consegui segurar homem nenhum. Acho que foi praga do infeliz que, seis anos depois, nunca conseguiu me esquecer e faz questão de dizer que me odeia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário