quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Nós que já não temos 20 anos

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“Sabe qual é o problema de nós que já não temos 20 anos’?

Não foi assim que a conversa começou, mas foi essa frase que deu origem a uma série de divagações durante um papo via MSN. Uma das coisas chatas de morar só é que, quando você se deu conta, já tem nas redes sociais e bate-papos virtuais seus maiores companheiros. Dias atrás cancelei minha conta do Orkut pela segunda vez. Estava ficando viciada de novo.

Um grande vazio tomou conta, mas logo redescobri os livros, descobri a bebida, o cigarro, Chico e a rede na varanda.

Morar só te obriga a lidar consigo mesmo. Você descobre que tem mais manias que aquele seu tio-avô rabugento. Sem contar as que você desenvolve. No meu caso são cinco anos de manias descobertas e desenvolvidas e eu só(?) tenho 30 anos.

Ai, que saudade dos 20, quando eu só me preocupava com a faculdade e as raves de quinta à noite. A gente emendava as festas com a faculdade. Eu e um amigo. A gente fazia Comunicação e estágio no Senado.

Sempre tinha uma rave nas quintas-feiras, nos lugares mais escondidos e bizarros de Brasília. Éramos sempre os primeiros a chegar e só não éramos os últimos a sair porque não queríamos reprovar por falta em Teoria da Opinião Pública. Da festa, direto para a faculdade. Às vezes uma passadinha na rodoviária para comer um pastel com caldo de cana na Viçosa. A professora já sabia. O cheiro de álcool, as olheiras e o lápis borrado no meu olho nos denunciavam. Tínhamos 20 anos. Não havia grandes responsabilidades e nem contas a pagar.

Dez anos se passaram. Somos adultos, temos 30 anos e pagamos as nossas contas. Ele em Curitiba, eu na Bahia. Tudo diferente. Daqui a 10 anos seremos coroas quarentões.

Postado por uma mulher de trinta


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Batom

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Quando eu era criança meu pai dizia: "batom só depois que fizer 15 anos." Mas nas festas de São João ele sempre abria uma exceção. Minha mãe me vestia de caipira, fazia maria-chiquinha no meu cabelo e me pintava toda a cara. Blush rosa, sombra azul, um monte de pinta de lápis de olho nas duas bochechas e batom vermelho, que em mim mais parecia um risco fino de hidrocor. Minha mãe dizia que quando eu nasci achou que eu não tivesse boca.

Na 5ª série meus pais se separaram. As meninas da sala sempre iam de batom, menos eu. Minha mãe dizia que criança não usa batom nem pinta as unhas. Oh, como eu queria ter unhas grandes e pintá-las de vermelho!

A primeira vez que pintei minhas unhas eu tinha 15 anos, mas minha mãe não deixava a manicure tirar cutícula. De vermelho só aos 18, quando eu já tinha vontade própria e dinheiro para pagar.

Sou da época do batom 24 horas. Na 7ª série as meninas levavam e a gente usava para brincar de "caí no poço", só para beijar na boca dos meninos sem borrar o batom. Um dia nossas mães foram convidadas pela direção da escola a comparecerem na hora do recreio. Pegaram a gente no flagra. Pelo menos não tinha ninguém beijando na boca de ninguém. Fiquei um mês sem bicicleta e sem natação.

Depois disso nunca mais usei batom. Depois dos 15, no máximo um brilho cor de boca.

Postado por Bárbara

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Eu, o telefone, a internet e o vibrador

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A solidão é capaz de nos fazer cometer vários atos insanos. Ligar para o ex na intensão de chamá-lo para tomar uma na sua casa é um bom exemplo de ato de insanidade. Aí você pensa: só algumas cervejas e jogar uma conversa fora, afinal, o namoro terminou mas a amizade continua. É óbvio que depois de uns goles a mais você acaba se jogando só pra ele te jogar de lado e dizer que não rola mais.

Aí ele atende o telefone. Para a sua sorte, você ouve o barulho da rua e vozes femininas do outro lado da linha. Ele não te dá a mínina. Bem feito! Pelo menos você se livra da humilhação de levar um fora de quem te deu um pé na bunda.

Depois dessa você se lembra daquele carinha que vem pegando há duas semanas. Apesar de o ex ainda te atormentar os pensamentos, você não está morta. Você liga pra ele. O celular dele também é Tim e vocês vão poder conversar de graça por tempo ilimitado. Vocês passam 25 minutos falando amenidades: como foi o dia, o que estão fazendo, a música que você está ouvindo, o livro que ele começou a ler e de repente você ouve um "estou com saudade." E aí? Você vai responder com o clássico "eu também"? Você fica muda, e, embora também esteja com saudade, prefere não falar nada. Sim, saudade. Por que não? A companhia dele é tão agradável e no sábado passado vocês viraram a noite conversando, lembra? Como não sentir saudade disso? Será que nos veremos de novo? Você pensa mas não pergunta.

- Vamos nos ver no fim de semana? Uau! Ele leu seus pensamentos!
- Podemos sim. Até lá vamos nos falando.

Desligam o telefone, você olha a mesa e tem um monte de apostila atrasada te esperando. Lembra que prometeu a si mesma tirar o dia de hoje para estudar. Mas tem cerveja na geladeira. Só uma, para relaxar, e depois você promete que vai estudar. Aí você toma uma, duas, três, quatro, cinco, seis latinhas pequenininhas de skol. Bate aquele soninho. Você vai para o quarto, liga a TV e está passando Encantada na Disney.

Já passam das 18h e você não fez nada do que tinha de fazer. A solidão insiste. O telefone não toca. No MSN, um velho amigo. Vocês conversam sobre sexo. Um cigarro pra relaxar. Passam das 20h. O assunto vai ficando ainda mais quente. Lá embaixo está tudo latejando. Ninguém para socorrer. Aí você corre para o quarto e goza com o vibrador.

Postado por Renata

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Acontece

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Sabe aqueles dias em que você já acorda com tudo dando errado? Esse dia pra mim é hoje.

Não ouvi o despertador e perdi uma palestra que valia um ponto extra em Neuro. Levantei às 9h, saí de casa às 10h. Meu dentista estava marcado pra 11h30. Peguei engarrafamento, cheguei 10 min atrasada e o dentista não quis me atender. Se fosse ele o atrasado, como é de costume, a besta aqui tinha que ficar esperando. Também não paguei a porra da manutenção e ele ainda ficou reclamando. Idiota. É isso que ele é.

Saí do consultório meio-dia, direto pro trabalho no inferno da paralela. Eu odeio com todas as minhas forças esse lugar. Não o meu trabalho, mas a paralela. Era tão melhor quando a sede funcionava no Corredor da Vitória, com doces sonhos, museus, árvores, porto da barra, salão de beleza, tudo ali do lado. Na paralela só tem trânsito e gente feia. Peguei 2h de engarrafamento no Rio Vermelho, vim pensando no ex, aquele traste. Ex é uma merda. Por que eles existem? Qual a utilidade deles a não ser fazer a gente sofrer?

Fui chegar ao trabalho às 15h e sem atestado de comparecimento. Vou ter que ficar até as 20h e ainda vou sair devendo 2h.

Se eu vou sair hoje? Melhor não. Vai que alguma coisa dá errado ou eu encontro o traste se pegando com outra. Se alguma coisa mais tiver que dar errado hoje, que dê errado em casa. Chega de rua por hoje. Acho que vou embora para Curitiba, pelo menos lá eu não desboto minhas tatuagens no sol.

Postado por Érika (por que essa porra não fica vermelha e nem no tamanho que eu quero? Até isso tá dando errado, merda!)


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Madrugada adentro

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Nunca tinha ficado com um médico, a não ser uns estudantes de medicina, quando eu ainda morava no Rio. Os meus favoritos eram os calouros. Um em especial. Felipe. Taurino, insaciável, 20 anos (6 a menos que eu). Novinho, mas esperto. Bem danadinho. Dava de mil a zero em muitos por aí. Morava num pensionato em frente ao meu prédio. Nunca entrou na minha casa. Eu gostava de transar no quarto dele, enquanto os outros estavam na sala vendo TV ou jogando vídeo game. Odeio vídeo game. Nunca gostei. Nem disso nem de qualquer tipo de jogo, a não ser joguinhos eróticos. Cheguei a terminar um namoro por causa de jogo.

O médico eu conheci no último fim de semana. Fiquei com ele no domingo. Ontem nos encontramos. Como ele é? Lindo, de barbinha, alto, magro, inteligente e super carinhoso. Fiquei um tanto encantada.

Viramos a noite tomando cerveja, falando de filosofia, música, literatura, artes e psicologia, enquanto ele fazia carinho no meu jardim (minhas costas bordadas de lótus). O dia amanheceu e, para despertar o sono e espantar o efeito do álcool, demos umazinha bem preguiçosa. Ele me deixou de perna bamba.

Postado por Bárbara

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Primeira vez

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Essa idéia de que a primeira vez tem que ser com alguém especial, numa ocasião especial já está bastante ultrapassada na minha opinião. Lembro-me bem de uma amiga que namorava um desses caras especiais. Bonito, família rica, não muito inteligente, mas era apaixonado por ela. Preparou todo um clima especial, mas na hora H eles ficaram nervosos e ele broxou.

Não acho que tem que ser planejado, mas é sempre bom andar com uma camisinha na bolsa. Nunca se sabe. Quem vê cara não vê DST. Tem que ser na hora que você estiver a fim, não interessa se o cara e o lugar sejam ou não especiais. Tesão não bate na porta. Já chega invadindo tudo. Quando você vê, a calcinha já está toda enxarcada e a boceta latejando. Hoje mesmo isso aconteceu no meio de uma palestra. A professora começou a falar de Freud e aí já viu. Freud lembra sexo e sexo lembra que eu estou há quase duas semanas sem dar direito. Comecei a sentir palpitações, taquicardia, me arrepiei toda e me lembrei da última vez com um cara que não vale à pena especificar. Namorei com ele só porque ele fodia muito gostoso. Da última vez ele me pegou de surpresa. E que pegada, gente! Me chamou no quarto e quando fui ver o que ele queria, já estava me esperando de pau duro. Me jogou na cama, arrancou minha roupa, rasgou minha calcinha e... ui... palpitações de novo. Melhor deixar essa pra depois.

A minha primeira vez foi um pouco tarde. Eu tinha 21 anos. Foi com meu namorado na época. Estávamos juntos há dois meses e ele não acreditava que eu era virgem. Nem eu acredito que fiquei tanto tempo sem sexo. Sexo é uma das melhores coisas do mundo. Só perde pra comer e pra fazer xixi, quando a bexiga está cheia. Aliás, fazer xixi quando a bexiga dói de tão cheia é como gozar. Já dizia Nelson Rodrigues: "o gozo é uma mijada". Ele sempre soube das coisas. Aqui, todas adoramos Nelson Rodrigues. Eu, desde os 12 anos, quando comecei a me masturbar.

O espertinho do meu namorado já tinha me dado um litro de vinho. Tomei tudo. Tudinho. Estávamos na Esplanada dos Ministérios, o maior fudódroo de Brasília. Não, minto. O cine drive-in, no autódromo, é o maior fudódromo de Brasília. Eu não dei na praça dos três poderes e nem dentro do carro. Foi num motel.

- Quero ir pro motel
- O quê?
- Sim, motel. Vamos?

Ele ficou assustado com a minha proposta. Eu mal o deixava encostar a mão na minha bunda, de repente peço pra ele me levar ao motel. Mal sabia ele que quando eu trabalhava na Colcci costumava me pegar com um outro vendedor dentro do provador, quando a loja já estava fechada ou, de manhã cedo, antes de abrir. A gente fazia de um tudo, só não rolava penetração. Até oral rolou uma vez. Outro dia eu conto essa.

Chegando ao motel, mal fechamos a porta e o bicho começou a pegar. Mão naquilo, aquilo na mão, bocas em ação e o barulho da embalagem da camisinha. Aí não deu outra. Ou melhor, deu. Eu dei. Pensem numa dor gostosa? Ele foi devagar, devagarinho até conseguir enfiar tudo. Não, eu não gozei. Sabia disso porque já tinha gozado outras vezes. Se aquele provador falasse...

O namoro durou três anos. Acabou porque acabou o tesão. Eu queria toda hora, mas ele não dava conta. Na primeira gozada ele já virava pro lado e dormia. Nem me esperava gozar.

Depois de cinco anos que terminamos eu já dei horrores e tirei todo o meu atraso. Primeiro porque eu demorei a dar e segundo porque dei três anos pro mesmo cara. Confesso que morro de vontade de dar uma chave de boceta nele.

Postado por Deby

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Piores são os capricornianos

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Que canceriano às vezes consegue ser um "pé no saco", eu concordo, mas os capricornianos conseguem ser muito piores. Pelo menos canceriano é romântico, sensível, atencioso e carinhoso. Capricorniano é intolerante, insensível, egoísta e só pensa em trabalho.


Eu sou capricorniana, mas, apesar de intolerante e às vezes insensível, não vivo pro trabalho. Aliás, sou a preguiça em pessoa quando o assunto é trabalhar. Trabalho pra mim serve para financiar minhas farras, minhas viagens, meus hobbies e outras cositas mais. Tenho ascendente em áries. Aliás, acho até que tenho muito mais do meu ascendente que do meu signo. Graças a Deus!

Por mim, me casaria com um milionário, para não ter que trabalhar. Quer coisa mais chata que cumprir horário? Eu até trabalharia, mas como uma forma de passatempo, sem chefe, sem estresse, sem ter que cumprir horário e sem pensar no dinheiro. É, não custa sonhar. Se homem já está difícil, rico então está em extinção. O ideal seria que fosse libriano, rico, bonito, inteligente, gostoso, bom de cama e louco por mim. Mais uma vez, não custa sonhar. Mas como ainda não inventaram nada parecido, vou ficando por aqui, usando, abusando e me lambusando.

Não nego que capricornianos são pessoas inteligentes, elegantes e bem-sucedidas. O que eu peguei há um tempo atrás não é diferente. Mas é capricorniano típico. Doutor em economia, uma vez ele broxou, preocupado com uma palestra que ia dar numa faculdade em Volta Redonda. A palestra ainda seria dali a duas ou três semanas, mas ele não relaxava. Estávamos em um super hotel (ele não gostava de motel, nem eu gosto) , com morangos e champagne no quarto, mas não teve jeito. Broxou. Broxou sim. Começou a falar da palestra, de vários projetos de trabalho e aí quem broxou fui eu. Pelo menos foi ele que pagou a conta do hotel. Era o mínimo que ele podia fazer depois de ter me deixado na mão.

Não tenho nada contra uma broxadinha de vez em quando. É natural. Quem nunca broxou que atire a primeira pedra. Mas tem limite, né? Meu ex-noivo, por exemplo. Típico canceriano, um verdadeiro homem chiclete, como definiu Gabi. Um chato. E o pior não era isso. Ele broxava direto. Tinha vezes que o pau nem subia. Não sei como não dei uns cornos nele. Cheguei a pensar que pudesse ser alguma coisa comigo, mas ninguém nunca reclamou. Sempre fui limpinha, depiladinha, cheirosinha e louca por sexo. Faço de um tudo e sem frescura. Só nunca fiquei com mulher porque eu gosto mesmo é de pica, mas não descarto essa possibilidade.

A maioria dos caras que fiquei dizem que sou apertadinha. Não me refiro aos baianos, porque, pelo que pude perceber, o padrão de pau por aqui é pequeno e fino. Os últimos que peguei não eram tão finos. Dei boas gozadas. Tive a oportunidade de pegar um leonino cujo pau nem era lá essas coisas em termos de tamanho, mas era uma delícia. Foi um dos melhores sexos da minha vida. O segredo é saber usar e esse sabia muito bem. Eu prefiro o padrão carioca. Grande e grosso. Mas se não souber usar machuca. Em outra ocasião eu destrincho melhor esse assunto.

Voltando ao capricorniano, fisica e intelectualmente, meu número. Na cama até que mandava bem, mas gemia muito e homem gemendo demais não dá. Isso deve ser uma característica dos capricornianos, porque eu costumo gemer bastante. Tenho me controlado. Tem gente que não gosta. Muitos dos caras que eu tive gostavam. Alguns gostavam de me ouvir gritando. Confesso que às vezes sou escandalosa. Outros, por outro lado, preferem só o barulho da respiração ofegante. Particularmente, gosto de falar putaria.

E o capricorniano? Uma pena. Depois daquela broxada, nem num cinco estrelas em Paris.

Postado por Deby

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Saudade, esquecimento e falta de tempo

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Domingo eu acordei com aquela saudadinha do ex. É que todos os domingos eu acordava com ele do meu lado. Daí que a gente se acostuma.

Normalmente eu acordava primeiro e depois abraçava aquele corpo quentinho e enchia de beijos o pescoço, um beijinho na boca e, inevitavelmente, umazinha pra despertar. Adoro trepadinhas matinais.

Sou capaz, neste momento, de sentir o cheiro e o gosto dele. Olha a saudade batendo de novo. Saia deste corpo que ele não te pertence!

Chorei um pouquinho na cama, cheirei o travesseiro e a coberta que ele dormia, a camiseta que ele esqueceu e que eu acabei dormindo vestida com ela naquela noite.

Teria ficado o dia todo naquela fossa, mas me lembrei de dois roteiros de entrevista que eu tinha que elaborar, mais um trabalho para entregar na segunda e outro na quarta, a prova na quinta, a cerveja no Rio Vermelho com dois amigos no final da tarde e, neste momento, estou super atrasada pra o trabalho.

Postado por Érika

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Antes só que grudada num canceriano

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Bonitinho, né? Lindo! Fofo! Qual a mulher que não sonha com um homem carinhoso, sensível, atencioso e romântico? Eu ainda não desisti de encontrar um assim, porque todos os que eu encontrei são cancerianos. Precisa especificar mais? No primeiro encontro já querem namorar, casar, ter filhos e uma casa no campo. Se você dá qualquer sinal de que ainda é cedo pra se pensar nisso (no primeiro encontro não tem cabimento), eles já querem discutir a relação e ainda ameaçam terminar um namoro que nem começou. São verdadeiros homens chicletes.

Ah, o publicitário! Sim, aquele que conheci na Groove semanas atrás. Aquela barba clara por fazer roçando no meu rosto, aquele beijo, aquela cara de "Ah, se te pego de jeito..." Tudo o que eu precisava naquela noite, mas ele estava mais para "se te pego, não te largo". Canceriano típico. No segundo encontro já queria discutir relação. Quando tentei desconversar ele me olhou nos olhos e disse: Nós não somos um pro outro.

Mais um canceriano na minha vida e eu acabo surtando. Já tive seis. Ele seria o sétimo (mania que nós mulheres temos de quantificar tudo. Até um tempo atrás eu sabia exatamente pra quantos tinha dado, mas graças a Deus já perdi a conta).

O primeiro canceriano que cruzou o meu caminho já queria logo casar e fazer um puxadinho nos fundos da casa da mãe, uma carola de passeata que tentava me obrigar a ir à missa com ela e denfendia a idéia de que lugar de mulher é em casa servindo de empregada de marido. Uma vez ela falou, na frente da família toda, que eu era muito moderninha para o filhinho dela, um marmanjo de 36 anos que vivia às custas do pai. Só não mandei tomar no cu porque minha mãe me ensinou respeitar os mais velhos.

O último, um namoradinho da adolescência que eu encontrei depois de 13 anos era tão carente que sugava todo o meu tempo livre. Eu mal podia sair de casa que ele já entrava em crise, fazia chantagens emocionais e, claro, já vinha querendo discutir a relação. Na cama ele foi o melhorzinho. Os outros não davam conta. Não sou do tipo que faz amorzinho. Eu gosto de trepar, porra!

Postado por Gabi

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Meninas que andam com meninos

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Nunca fui de muitas amigas. Pelo contrário, sempre tive muitos amigos. Desde a época da escola, eu era a única menina no meio de um bando de meninos. Meu pai não gostava muito. Ele dizia que menina tinha que andar com meninas. Eu bem que tentava, mas não tinha paciência para papos de “menininhas”. Gostava mesmo era de correr pelo pátio da escola, pela rua do bairro e sujar a roupa de terra, ao contrário das meninas que usavam sainhas e sentavam de pernas fechadas.

Nunca gostei muito de saia. Hoje, quando uso, uso as compridas. Fico mais à vontade, posso cruzar as pernas como quiser, sem ter que me preocupar se a calcinha está ou não aparecendo. Também não ligo se a calcinha aparece. Normalmente as minhas aparecem quando uso uma calça mais baixa ou mais folgada.Minhas calcinhas são grandes. Não são aqueles calçolões que a minha avó usava, mas não são pequenas. Prefiro dizer que são confortáveis. E daí se elas aparecem? Quem nunca viu uma?

Nunca fui uma menina fresca. Acho que esse é um dos motivos de eu sempre ter tido amizade com os meninos.

O chato de ter amigos homens é que às vezes eles te tratam como se vc fosse um deles, a ponto de comentarem sobre a mulher gostosa que acabou de passar. Já me acostumei e até me divirto bastante, inclusive. O legal de andar com eles é que a gente acaba aprendendo a entendê-los e, em meio aos "papos cabeça" (ou não), eles sempre dão altas dicas a respeito do universo masculino. Confesso que é bem mais produtivo e mais divertido que conversar com mulher. Com alguns ainda rola um sexo casual. Adoro!

Não os condeno por saírem pegando um monte de mulher e não ligarem no dia seguinte. Nada impede que nós, mulheres, também façamos isso. Aliás, nas últimas semanas, fiz isso duas vezes. Foi uma sensação de liberdade incrível. Eu vejo que hoje a mulherada anda meio desesperada pra ficar com alguém, pra namorar, pra casar e isso meio que assusta os caras e as intimidam a ficarem só por ficar, por medo de saírem “mal faladas” e terminaram solteironas. Vamos combinar que isso hoje não existe, principalmente em se tratando de uma mulher a três meses dos 30, como eu. Solteironas, muitas vão ficar mesmo. É muita mulher pra pouco homem. Por isso eu sou a favor de aproveitar, usar e abusar. Mas isso é papo para outro post. O de hoje, eu já até perdi o fio da meada. Vai ficar para uma outra hora, quem sabe, ainda hoje. São tantas coisas que acabei me perdendo.

Postado por Renata


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Triste monotonia

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Segunda-feira, véspera de feriado e eu tendo que ir trabalhar daqui a pouco. A casa está uma zona, com cheiro de cigarro e minhas plantinhas morrendo. A roupa suja está acumulada, meus textos também.

Decidi que não vou trabalhar hoje. Vou faltar, simplesmente, sem dar satisfação. Não tô a fim. Minhas costas estão doendo, emagreci três quilos em menos de uma semana. Mal consigo beber água.

Sinto vontade de ir ao banheiro, mas desde ontem que não como praticamente nada. Tomei um iogurte no ônibus e uma água de coco na praia, depois fui dormir e só agora acordei. Tomei o remédio homeopático e daqui a pouco vou ali comprar vazinhos e terra para as minhas plantinas. Tenho que almoçar também.

Sábado teve cover dos Beatles na Groove. Que vocalista! Fomos eu e mais dois amigos. Estava meio tristinha, mas fui assim mesmo. Coloquei meu vestidinho preto, com uma fita lilás amarrada na cintura, uma sapatilha também lilás e uma bolsa, daquelas tipo carteira, preta, com uma pequena alça de metal. Uma verdadeira pin-up! Só faltou o laço no cabelo.

Conheci um cara de 33 anos. É publicitário, gosta de Beatles, Lou Reed, Iggy Pop e Nelson Rodrigues. É mais alto que eu, usa all star e tem barba por fazer (já gosto disso). Dessa vez não dei meu telefone. Preferi pegar o dele a ficar na expectativa. Fiquei de ligar ontem pela manhã. Mas se ligasse ia ficar parecendo desespero.

Acabei ligando. Liguei ontem à noite, por volta de 22h. Ao primeiro toque ele atendeu. Disse que ficou o dia todo esperando. Será? Combinamos de ir à Groove hoje de novo. Acho que não vou. Estou cansada, desanimada, com preguiça.

Acho que vou voltar pra cama. Está passando os Feiticeiros de Waverly Place. As plantinhas podem esperar e o almoço pode ser um china in box delivery.

Postado por Gabi

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Tudo ao mesmo tempo agora

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As aulas começaram, a faculdade tá cara, a grana tá curta, o trabalho tá chato e o namoro acabou. Se tivesse grana, pegaria o primeiro avião para o Rio de Janeiro nesta sexta-feira. Lá eu me esqueceria de tudo, pelo menos por alguns dias. Pensar que saí de lá pra esquecer quem lá deixei e agora quero voltar para, por uns dias, esquecer quem aqui me deixou. Não, dessa vez não vou tentar me matar. Não tenho pílulas nem disposição. No fim, eu sempre acabo, viva, na maca de um hospital. Confesso que isso já ficou cansativo. Nem penso em me jogar na frente de um ônibus ou atravessar a Paralela a passos lentos. Não, não quero morrer, porque semana que vem tem prova de Processos Básicos e na outra, finalmente, vou brincar com os ratinhos no laboratório. Biotério é o nome e não se fala “ratinhos” e sim sujeitos-experimentais - aprendi isso hoje na aula de Epistemologia. O ex? Até ontem às 21h era atual. Vai bem, obrigada. Gente boa. Gosto dele. Uma pena não ter mais com quem ir ao Bom Preço, porque, vamos combinar, mercado já é chato. Sozinha então é o ó! Eu? Vou ter que aprender a fazer café e mousse de maracujá. Ando cansada, com dor nas costas e com vontade de ficar rica. Pensei em me prostituir. Pegar só executivos de alto calão. Não os daqui. São feios e gordos. Os do Rio, talvez. Bonitos e sarados, que jogam futevolei no Recreio e na praia de Ipanema. Mas esses aí não precisam pagar por sexo. Têm de graça e quando quiserem. Idéia abortada. Falando em aborto, Luisa terá outro pai e Téo voltará a ser Miguel. E por falar em Rio, como eu queria estar lá tomando meu mingau. Aqui não tem mingau. Não como o de lá. O de lá tem uma porção mágica que me faz esquecer dos problemas.

Postado por Fina


segunda-feira, 12 de julho de 2010

No ginecologista

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Na verdade, nA ginecologista. Nunca me consultei com ginecologista homem. Sempre tive vergonha. Hoje, se tivesse de ir, iria, sem vergonha nenhuma, principalmente se fosse um recém-formado, cheirando a leite, bem gatinho. Adoro os novinhos. Eles costumam ser ótimos, dispostos e cheios de energia.

8h45 da manhã. Horário dos meus exames de ultra-sonografia (ou ultrassonografia?) transvaginal e da mama. Nunca tinha feito isso. Era uma médica, coroa, não muito bonita. Na verdade, nada bonita. Mas gente boa, como todas as ginecologistas que conheci. A que eu me consultava no Rio era linda, mas eu não pegaria. Acho que aquele jeitinho de "mulherzinha", aquela voz infantil, aquele jeito de filha única, que ela tinha (tem, porque ainda não morreu) me incomodava. Mas ela era bem atenciosa e enfiava aquele bico de pato com cuidado, para incomodar o mínimo possível.

Eu odeio esse tal de Papa Nicolau. Chego a me contorcer toda, de agonia, só de lembrar. A sensação daquela coisa abrindo e rodando dentro de mim, como se fosse me beliscar o útero. Gosto não. Mas eu bem gosto na hora do exame do toque, quando ela enfia a mão pra examinar o colo do útero. Mas o transvaginal... ah, o transvaginal! Aquele bastão com gelzinho gelado na cabecinha. Confesso que, por pouco, não dei uma gozada. A médica não cooperou. Gente boa, mas feia. Teve uma hora que eu fechei os olhos e comecei a imaginar que tinha alguém ali me comendo. Foi aí que eu quase gozei. Me senti Maria Clara Gueiros, em "Sexo com Amor".

A ultrasson da mama também é legal. O gelzinho gelado no biquinho e depois se espalhando pelos seios. Me arrepiei toda. Tenho seios sensíveis. Sou capaz de gozar com aquelas mamadinhas de leve. Adoro!

Os exames chegaram ao fim (uma pena, porque eu estava adorando). A parte chata foi ter que me limpar. Aquele gel lambuza tudo. Quase acabei com o rolo de papel-toalha da doutora.

Gostei, e muito. Melhor que masturbação!

Postado por Deby

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Hoje

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Hoje acordei covarde e preguiçosa.
Com vontade de me jogar do alto de um prédio.
Mas eu moro no primeiro andar.
Minha prima mora no décimo.
Deu preguiça de pegar um ônibus até lá.
Passou um caminhão.
Pensei em me atirar.
Fiquei com medo de me machucar.
Eu só queria poder voar.

Postado por Amanda

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O mais do mesmo

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Durante muito tempo fiquei sozinha. Desde 2005, quando terminei um namoro de 3 anos, nunca mais consegui ter um relacionamento estável. Cheguei a ficar noiva após esse relacionamento, mas confesso que foi algo precipitado, mais da parte dele que da minha.

Aconteceu no momento em que ele ficou sabendo que eu iria embora para um outro Estado e, talvez por medo de ficar sozinho, me pediu em casamento. Eu aceitei. Era apaixonada por ele. Mas nós estávamos juntos apenas há um ano, entre trancos e barrancos. No início ele não queria. Eu que fui atrás. Acho que acabei vencendo-o pelo cansaço.

Dois meses após o pedido, eu, já morando em outro Estado, mas com minha volta garantida, questão de tempo, mais precisamente um mês, decidi que não queria mais voltar e, consequentemente, não queria mais me casar.

Conheci outros caras interessantes, fiz novas amizades. Eu estava experimentando algo completamente novo: a liberdade. Terminei o noivado. Acho que foi um favor que fiz para mim e para ele, mas depois disso nunca mais consegui namorar ninguém. Não por falta de vontade, mas porque ninguém se interessava o bastante para isso.

Conheci Guilherme. Chegamos a ensaiar um namoro, mas ele era oito centímetros menor que eu e nós dois tínhamos vergonha da diferença de altura. A gente se gostava, mas não o suficiente para superar esse "problema". Terminamos, mas, felizmente, somos grandes amigos.

Depois dele, fui ficando com um aqui, outro ali e aí conheci um garoto de 19 anos (na época eu estava com 25). Depois de muito insistir, topei namorar com ele, mas, pela diferença de idade, estávamos em fases diferentes da vida. Não deu certo e eu já sabia que não duraria muito. Mas não custava arriscar, né?

Conheci Vicente. Paixão à primeira vista. Ele tinha namorada. Desisti logo que soube. Mas ele me procurou e com ele mantive um rolo de quase 3 anos. Nesse meio tempo eu "terminei" com ele algumas vezes. Uma das vezes foi para me relacionar com um colega de trabalho, por quem me apaixonei perdidamente, a ponto de quase enlouquecer, se é que não enlouqueci. Ele era casado e claro que não se separou para ficar comigo.

Pedi transferência para Salvador, reencontrei um antigo amor, mas ele estava noivo. Vivemos o que tínhamos que viver e seguimos nosso caminho. Ele continuou noivo e eu cada vez mais traumatizada com meu histórico de relacionamentos desastrosos. Mas "a vida é uma caixinha de surpresas".

No momento em que eu estava completamente fechada, recolhida no meu mundinho solitário, de certa forma confortável, sem sofrer, conheci um cara muito especial: livre, desimpedido e apaixonado por mim. Ele soube me conquistar. Estamos namorando, mas eu ando insegura, tensa, com medo de sofrer de novo. Tenho medo de muitas coisas. Acho que esqueci como é namorar alguém legal ou talvez não esteja preparada ou talvez esteja destinada a viver sozinha. Oh, quanto drama!
Quero minha mãe...



terça-feira, 22 de junho de 2010

Nós cinco

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Faz tempo que a gente não vem aqui. Talvez seja falta de tempo, falta do que dizer ou preguiça mesmo e neste caso eu falo por mim.

De repente a vida de cada uma de nós tomou um rumo. Ganhamos um norte. Passamos a nos ocupar de coisas tão distintas, em tempos tão malucos, que nossos momentos livres não coincidem mais. Como se, depois de velhas (estamos todas na faixa dos 30), finalmente descobrimos (para depois percebermos que, mais uma vez, nos enganamos - e eu acho isso uma delícia) o que realmente queremos da vida, como nos 17 anos, quando entramos na faculdade acreditando que ali estaria a solução que realizaria nossos sonhos. Mas dali a quatro ou cinco anos, tudo muda, toma outra direção e os sonhos passam a ser outros. Percebemos que eles estão bem distantes daquela realidade cômoda.

Renata está à beira de abandonar o doutorado e, com ele, o sonho da vida acadêmica. Agora resolveu que quer se casar, ter um casal de filhos e morar em Villas do Atlântico. Depois de anos de desilusão, me parece que ela conseguiu encontrar a tal "alma-gêmea" (sonho - às vezes camuflado ou guardado sob sete chaves - de todas as mulheres). Já acreditei mais nessa coisa de alma-gêmea, embora eu ainda espere encontrar meu príncipe encantado, mas se Renata está feliz, "que seja eterno enquanto dure".

Gabi está trabalhando como figurinista para alguns grupos de teatro, voltou a dar aulas de passarela e está planejando ir passar um tempo na Europa.

Érika está estudando francês e, pasmem, decidiu fazer um curso de gastronomia, caso Claude Troisgro não selecione seu vídeo. Ah, já ia esquecendo: ela está namorando.

Deby, quem diria, terminou com seus rolos de "relacionamento aberto" e começou a escrever contos eróticos (ela deve mesmo ter muito o que contar).

Eu? Bem, eu passei no vestibular, mandei vários torpedos campões, provei genipapo cristalisado, decidi jogar na megasena, terminei de ler Leite Derramado no ônibus e comecei a Biografia da Coco Chanel, também no ônibus.

Hoje fui fazer a minha matrícula na faculdade. Psicologia. Talvez esteja aí o caminho para eu tentar descobrir ao menos parte do que sou ou, na pior (ou melhor, vai do ponto de vista de cada um) das hipóteses, eu "despiroque" de vez.

Foto: http://maisquevencedora-cristina.blogspot.com/2009/12/amigas.html

Postado por Bárbara

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Tá namorando!

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Sabe aquela famosa frase, feita para consolar solteironas, que diz que "quando você menos esperar, vai aparecer uma pessoa maravilhosa e blá blá blá"? Quem nunca ouviu isso, né? Eu ouvi durante anos e, confesso, odeio quando alguém me diz. Mas, de tanto ouvir, resolvi "menos esperar" e "menos esperei" durante um bocado de tempo. Resultado: decidi que nem mais nem menos esperaria porra nenhuma (desculpem-me o palavrão, mas não encontrei nada melhor nem mais sutil que o pudesse substituir).

Não me restava nada além de curtir minha solidão e tirar o melhor proveito dela, fazer o quê? Que diferança faria ficar esperando de mais ou de menos, se nem uma peça rara, daquelas que ninguém quer, estava aparecendo?

Foram meses me consolando em frente à TV ou à tela do computador, com a ajuda do vibrador. Cheguei a pensar até em produção independente, mas até o sexo sem compromisso, que nunca me havia faltado, estava me faltando (e inseminação artificial, como dizem aqui na Bahia, é baixo astral).

Comecei a dar uma de Pollyanna e fazer o jogo do contente. Fui buscar o lado bom disso tudo. Encontrei alguns. Por exemplo: dormir na diagonal, atravessada ou esparramada na cama de casal, já que os meus 1,78 de altura jamais me permitiriam fazer isso dividindo a cama com alguém; ter o controle remoto da TV só pra mim; não ter que me preocupar com o bafinho matinal e, principalmente, não me preocupar com depilação, porque aquilo sim é tortura.

Abracei a solidão e aprendi a apreciar minha companhia, ao lado de uma garrafa de vinho nas noites de segunda-feira, ou na rede, lendo um bom livro, ouvindo jazz e treinando meu francês. Aprendi a fazer pipoca de panela para me acompanhar nos filmes das tardes de domingo e confesso que estava gostando ou, talvez, me acostumando. Aprendi a me masturbar usando vibradores e até que não estava tão ruim assim. Pelo menos me fazia gozar. Mais um pouco e eu acabava apaixonada pelo brinquedinho.

Dia desses pensei em contratar um garoto de programa. Precisava sentir uma respiração ofegante ao pé do meu ouvido. Mas quando olhei na carteira só tinha o cartão de crédito e o banco era muito longe. Deu preguiça. Desisti e parti pro de sempre.

E foi assim, durante muito tempo, até o meu chuveiro quebrar. Sabe aquela história do amigo do amigo que o amigo diz que "tem tudo a ver com você"? Eu ficava irritada quando um amigo ou uma amiga queria me apresentar alguém que, na concepção dele, ou dela, daria super certo comigo. Como se eu estivesse desesperada para desencalhar (não que isso fosse mentira).

Então... o chuveiro. Antes de quebrar, eu havia conhecido um amigo de um casal de amigos meus (que, segundo eles, tinha "tudo a ver comigo"). Não dei muita importância, mas acabou que ficamos muito próximos. Semanas após, o chuveiro aqui de casa quebrou e tão logo soube, ele se ofereceu para consertar. Bendito chuveiro!

Resumo da ópera: não é que temos mesmo tudo a ver um com o outro? Ele não se incomoda com o bafinho matinal, eu continuo dormindo esparramada, só que agora nos braços dele, ele adora minhas pipocas de domingo à tarde e depilar tem sido bastante prazeroso.

Então, calcinhas solteironas, aí vai a dica: nunca deixe de conhecer o amigo do amigo - ele pode realmente ter"tudo a ver com você"; não se irrite se seu chuveiro queimar - tem seu lado positivo.

Preciso dizer mais alguma coisa? Acho que não, né?

Postado por Érika

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Pasta de tomate seco

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É que no último post Erikinha disse que ia colocar a receita da pasta de tomate seco que "ela" inventou. Como assim "ela" inventou? É muita cara-de-pau!

Na verdade quem inventou essa pasta fui eu. EU! Tudo bem que Érika teve sua parcela de participação, sugerindo que eu acrescentasse manjericão.

Vamos à receita, entonces!

Tomate seco (óbvio, já que a pasta é de tomate seco)
Pimentão (da cor de sua preferência - eu gosto do amarelo)
Cebola (também tanto faz se for da roxa ou da normal - não deve fazer muita diferença)
Manjericão (muito bem sugerido por Erikinha)

Medidas: não sou muito boa nisso. Sempre vou no bom senso e aposto no de vocês também.

Cortem o tomate seco em pedaços bem pequenos. Faça o mesmo com a cebola e o pimentão. As folhinhas de mangericão eu também corto. Na verdade eu rasgo. Érika coloca inteira. Depois vocês vão pegar esses ingredientes e vão misturar com o requeijão cremoso até formar uma pasta. Hum... acabei de pensar que com queijo cremoso do tipo cheddar também deve ficar bom. Vou fazer o teste neste fim de semana e conto pra vocês.

Depois de pronta, é só passar no pão, na torrada, no biscoito, onde você quiser. Eu gosto muito de comer com pão de forma plus vita 12 grãos (é ótimo para o intestino), biscoito cream cracker e no pão sírio. Hum... acabei de me lembrar do beirute do Museu Carlos Costa Pinto, aqui no Corredor da Vitória. Recomendo!!

Outra coisa: Érika ainda coloca uva-passa. Particularmente, prefiro sem, mas é que aquilo ali tem mania de uva-passa.

Mais uma coisinha: se você não gosta de cebola, de pimentão ou de ambos, não tem problema. A pasta fica boa sem esses ingredientes também.

Uma outra coisinha: acabei de ver uma receita de pasta de tomate seco que leva clara em neve. Nunca na minha vida eu consegui separar a clara da gema, quanto mais bater em neve.

E por último: bon appétit!

Postado por Bárbara

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Sem jeito mandou lembrança

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Dias atrás fomos todas à casa de Bárbara para assistir filminho. Assistimos ao Julie e Julia e, ao final, ficamos todas com vontade de aprender a cozinhar.

Somos verdadeiros desastres gastronômicos. A única que sobrevive é Bárbara. Júlia, que como nós, mal sabia fritar um ovo, tornou-se referência em gastronomia na França. E a história foi real! Logo, se ela conseguiu, porque eu não posso, ao menos, aprender a cozinhar? Não penso em me tornar chefe de cozinha, mas, pelo menos, aprender fazer um arrozinho soltinho, ah, isso eu bem queria.

Saí da casa de Bárbara decidida a aprender. Para seguir com o meu projeto comecei gravando um vídeo para o programa "Que Maravilha!", de Claude Troisgros, no canal GNT. Claude é um chefe de cozinha que vai até a sua casa te ensinar a cozinhar, caso seu vídeo seja selecionado. O meu tá gravado, mas não tive coragem de mandar ainda.

Outro dia senti vontade de tomar sopa de legumes. Nada daquelas sopas de saquinho. Queria aquela que minha mãe fazia quando eu era criança. Resolvi então me aventurar. Fui ao mercado e comprei batata, cenoura, cheiro verde, cebola, pimentão, caldo knor (queria o maggi - o caldo nobre da galinha azul - alguém se lembra desse?) e peito de frango (minha mãe fazia com carne, mas eu sempre preferi frango). O macarrão e o resto dos ingredientes eu tinha em casa. Aliás, macarrão é o que não falta na minha casa. É que é a única coisa que eu sei fazer, além de ovos mexidos.

Para complementar a sopa, acrescentei tomate seco (não vivo sem tomate seco - depois coloco aqui a receita de uma pasta que eu inventei com tomate seco, para comer com pão) e manjericão (também não vivo sem manjericão). Acreditem: ficou uma delícia!

A cozinha, como sempre, ficou de cabeça para baixo (um dia eu aprendo a ser organizada. Mas, antes, quero aprender a cozinhar).

Sopinha pronta, hora de guardar as coisas para, enfim, poder saboreá-la. Tomate seco na geladeira, pacote de macarrão no armário e, de repente, o pote de sal escorrega da minha mão. Voou sal para tudo quanto é lado (pelo menos a panela da sopa estava tampada). Tinha sal até no meu cabelo. Ainda bem que no dia seguinte era exatamente o dia da faxineira.

Lá vai Érika pro banho. Não ia tomar sopa toda suja de sal. E o banho era de água fria (até hoje não consegui arrumar um homem pra arrumar meu chuveiro).

Banho tomado, hora da tão sonhada sopa. A novela estava começando. Coloquei a sopa no prato e tomei todinha enquanto via a novela. Chorei horrores vendo Miguel e Luciana, em lua de mel, em Paris, mesmo sabendo que tudo aquilo não passava de um fundo azul. Logo eu que não sou disso (carência é uma desgraça). Um dia hei de encontrar o meu Miguel (mas vou pedir que a nossa lua de mel seja na Disney).

Quanto à cozinha, a faxineira cuidou de limpar tudo no dia seguinte.

Postado por Érika

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Big Brother ao lado

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Há pouco, como já é de conhecimento de alguns, me mudei da Barra para a Pituba. Meu apê na Barra (meu não, porque era alugado) não tinha vista para o mar, mas ficava na cara do Porto da Barra.
Exceto aos sábados, domingos e feriados, depois das 10h, a praia do Porto é a melhor, em Salvador, para quem gosta de nadar. Apesar do problema no ouvido esquerdo que sete anos de natação me deixaram de herança, eu nadava ali quase todas as manhãs. Usava aquele tampão que evita entrar água no ouvido, mas não adiantava muita coisa. Uma gota que seja já me causa uma dor infernal, hoje, não tão insuportável quanto antes. Já me acostumei com essa dor maldita. Nem ela foi capaz de fazer com que eu parasse de nadar (pratico natação desde os 11 anos de idade). Adoro!

Aqui na Pìtuba, moro na orla. Da minha janela vejo o mar e os vizinhos do prédio ao lado. É um verdadeiro Big Brother. Ainda bem que não dá para ouvir certos barulhos. Em tempos de seca, não seria uma boa.
O reality show do prédio ao lado às vezes me diverte. Tem um cara que mora sozinho. Diga-se de passagem, seu apartamento é de muito mal gosto. As paredes da sala são coloridas e mal pintadas. Decerto ele quis dar uma de artista moderno e resolveu, ele próprio, dar esse toque de esquisitice. Os móveis são um sofá velho, um rack com uma TV em cima e uma mesa de plástico, (daquelas de boteco, sabe?) com quatro cadeiras que, se sentadas por uma pessoa que esteja acima do peso, ou seja, por ele, quebram fácil.

Todos os dias, por volta das 21h, ele se senta numa dessas cadeiras (duas: uma amontoada sobre a outra, que é para aguentar o peso) com a janela escancarada, só de cueca (se ao menos fosse bonito, mas o cara é bem estragadinho). Ele fica horas ali, vendo TV. Não que eu fique o tempo todo observando os movimentos do cara, mas sempre que venho aqui na sala, me deparo com essa visão do inferno.

O mais curioso é que todos os dias ele chega com uma mulher diferente, que cuida dos afazeres domésticos e em seguida, vai ver TV sentada no colo dele. Ele bem tem cara daqueles "tiosão" que nunca se casou e nem teve filhos, que tem um emprego marromeno e tira uma de pegador, quando na verdade todas essas mulheres são pagas para estarem com ele. Deve ser daqueles que frequentam puteiro, mais conhecido aqui na Bahia como "brega".

Gente, ele tem cara de porco, daqueles que tem crosta no pênis (nunca vi pênis encrostado, mas imagino o quanto deve ser nojento). Ele não tem cara de que tem chulé. Ele tem pelo nas costas. Também tem cara de babão e eu sou uma tremenda de uma desocupada, que deveria estar dormindo em vez de ficar falando da vida alheia.

Qualquer dia desses eu falo do adolescente que fica vendo TV de madrugada. Deve ficar se masturbando vendo filme pornô enquanto os pais estão dormindo.
Quer horror!

Postado por Renata

Um homem, por favor!

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Tem horas em que eu tenho certeza de que "sou mais macho que muito homem", mas há mmentos em que eles fazem muita falta, e não falo apenas no sentido emocional, porque eu já aprendi a me consolar com os mocinhos hollywoodianos e outros brinquedinhos que eu não preciso citar aqui. Claro que não substitui, mas ajuda bastante.

Esse da foto, dependendo do atributo que a mesma esconde, seria perfeito se, além de me dar o que eu preciso, lavasse, passasse, cozinhasse, fizesse massagem nos meus pés e trocasse o chuveiro.

Minha casa quase pega fogo por duas vezes. Eu morro de medo de eletricidade, mas troco uma lâmpada como ninguém. Já troquei a resistência do chuveiro duas vezes também e outra vez até troquei o chuveiro. O problema foi que eu não consegui enrolar os fios direito. Funcionou bem por algumas semanas até que uma vez, durante o banho, senti um cheiro de queimado. Quando olhei para cima, estava saindo fumaça dos fios. Ah, gente, pelo menos eu tentei. Chamei um eletricista que ficava sempre aqui no bairro e ele ajeitou tudo para mim.

Esta semana aconteceu algo parecido com o episódio acima. Estava eu, tomando aquele banho bem quente (pode fazer o calor que for, mas banho, para mim, só se for muito quente, a ponto de deixar o banheiro todo embassado) e de repente, aquele cheiro familiar de queimado. Dessa vez não chegou a sair fumaça do fio, todo desgastado por causa do salitre. Maldito salitre. Desliguei na mesma hora e coloquei no frio. Nunca desejei tanto um homem, como naquele momento. Ai, gente... banho frio é o fim! Mas eu precisava terminar, porque estava com a cabeça toda cheia de shampoo. Foi horrível!

No dia seguinte, de manhã bem cedo, lá vou eu tomar banho. Liguei o bendito e aquela água gelada começou a cair. Então coloquei no modo verão. Funcionou. Mas é bem verdade que "alegria de pobre dura pouco". Durou até hoje pela manhã, porque quando voltei do trabalho e fui tomar banho, notei que o chuveiro estava no frio. Pensei: a faxineira deve ter mudado pra poder lavar dentro do boxe e esqueceu de voltar pro modo anterior, como de costume. Voltei pro modo verão e... surpresa! Quando liguei saíram faíscas verdes do fio e eu estou até agora sem tomar banho. Cadê o homem? Cadê? E não é qualquer homem, porque meu ex era mais medroso que eu. Era eu quem trocava as lâmpadas da casa dele.

Postado por Érika

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Tradução

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Prada Handbag Chocolate: R$ 12x de 198,45 no cartão (tem gente que passa fome mas compra)

Sapato Arezzo: R$ 199,00 à vista (prefiro minhas melissas)

TV LCD 42'': R$ a perder de vista no crediário (o meu trambolho de 21'' tem cumprido o seu papel)

Uma carta linda, acompanhada de um vaso de flores, após um dia cansativo de trabalho: não tem preço.

Postado por Gabi

Sessão tortura

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Estou falando do ortodontista. Quer tortura pior que essa? Não conheço outra.

Há três anos, uma vez ao mês, eu tenho que ir ao ortodontista apertar o aparelho. Não aguento mais. Estou quase mandando o infeliz tirar essa porcaria. E não adianta dizer que a gente se acostuma, porque é mentira. Eu nunca me acostumei com isso.

Por que eu coloquei? Vou explicar. Aos 12 anos eu arranquei meu último dente de leite: o canino direito. Minha boca é pequena, tal qual minha arcada dentária. O resultado disso foram 14 anos banguela, com o canino incluso, por falta de espaço para nascer.

Você pode estar pensando: mas por que não arrumou isso antes? E eu explico: não tinha dinheiro. Antigamente aparelho era muito caro. A manutenção custava meio salário mínimo e aquela parafernalha toda que eles colocam na boca da gente custava mais que o salário da minha mãe, que, além de mim, sustentava mais três. É, pois é... não rolou. O importante é que, antes tarde do que nunca, meu canino já está aqui, direitinho, e meus dentes estão lindos.

Por que não tiram logo esse sofrimento de mim? Nem precisa ser muito inteligente para constatar que eles querem arrancar meus suados R$ 80,00 todo mês.

E hoje é dia de sessão tortura. Minha boca está toda cortada e eu sempre engulo aquela massinha que eles dão para proteger a parte de dentro dos lábios do aparelho. E o fio dental? Que coisinha mais irritante, gente! Eu confesso que não uso todos os dias. Vivo levando bronca do meu dentista, mas não tô nem aí. Odeio!

Nem posso comer amendoim, senão quebra um bracket e toma-lhe mais bronca. Mas quer saber? Como diria aquela do Zorra Total (confesso que TV à cabo, sábado à noite, às vezes não tem nada melhor): "To pagaaaaaando!"

Durante as refeições, prefiro comer sozinha, para não correr o risco de sorrir e mostrar um pedaço de carne pendurada no dente.

Se demorar muito eu pego a pinça e acabo com isso.

Postado por Renata

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Cortei o cabelo

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Cortei mesmo. Havia decidido que ia deixar crescer, mas não rolou. Não gosto. Meu rosto encolhe e eu fico com cara de Maria Madalena.

Eu tive a sorte de ter nascido com o cabelo liso e assim ele permaneceu ao longo da minha vida. Lembro-me de umas mulheres, quando eu era criança, que tinham o cabelo todo enrolado. Elas diziam: "quando eu era novinha meu cabelo era lisinho. Mas aí com o tempo foi enrolando." Puro despeito! Outras diziam que tinha enrolado porque a mulher que cortou tinha a "mão ruim". E ainda tinha a lenda que cabeleireira menstruada não podia cortar cabelo de ninguém, porque estragava. Desde os 18 anos eu sempre corto o cabelo com a mesma mulher e meu cabelo continua liso. Lisinho. Será que ela nunca esteve menstruada nos dias em que cortou meu cabelo? Qualquer dia desses eu pergunto.

O bom de ter cabelo liso é que ele não te dá trabalho nenhum. Você não precisa sair correndo da chuva, pode entrar no mar quando quiser, pode suar, pode molhar o quanto for, que ele nunca fica enrolado. Na época da faculdade, lembro bem, as meninas escovadas (até então não havia progressivas, definitivas e afins) corriam de um pingo de chuva como o diabo foge da cruz. As mais precavidas carregavam um plástico dentro da bolsa, para esses casos de emergência. E quando tinha trote? Ave Maria!

Mas, voltando ao corte de cabelo. Pois é, cortei. Não está à moda Joãozinho. Não cai muito bem em mim, que tenho o rosto com formato de lua nova. Ficou na altura do queixo. Adorei!!

Meus amigos e colegas de trabalho acharam ruim. Um deles teve a audácia de dizer que é por isso que eu continuo encalhada, porque homem gosta de mulher de cabelão. Quase mandei ele se ferrar. Tô encalhada mesmo, e daí? E não, não estou feliz com isso. Mas pelo menos meu cabelo está lindo!!

Postado por Bárbara

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dizem que dá sorte

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Você acorda, toma banho, tira do armário aquele vestido preto de lacinho nas costas, reto, de comprimento até o joelho, calça um sapatinho liláz, separa uma bolsa liláz para combinar com o sapato, uma maquiagem básica (blush, rímel e brilho) e está pronta, toda linda, para mais um dia de trabalho. Sai de casa e, no caminho até o ponto de táxi, todos na rua te olham. Você se sente o máximo! Bela injeção para a auto-estima. Você continua caminhando pela rua, com enormes óculos escuros, cabelos esvoaçantes, passos largos e... "ploft". Você pisa bem em cima de um cocô de cachorro.

Dizem que dá sorte!

Postado por Bárbara

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Suco de beterraba

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Sempre odiei suco de beterraba. Quando era criança, minha mãe me acordava sete e meia da manhã com um copão desse suco. "Bebe. Você está anêmica!" Era sempre essa mesma frase cada vez que eu fazia uma careta ou chorava de raiva por ter que tomar aquilo. "Eu não vou sair daqui enquanto você não beber tudo." E lá ficava ela, parada, de pé, na frente da minha cama, para ter certeza de que eu ia tomar aquilo. "Se não tomar tudo, vai ficar uma semana sem televisão e sem bicicleta." Ficar sem bicicleta, até que eu aguentava, mas uma semana sem ver Jaspion e Changeman seria o fim. E lá ia eu tomar aquela coisa horrosora.

Depois que passei a ter vontade própria, nunca mais quis saber de beterraba. Quando saí de casa foi só alegria. Minha mãe não estava mais por perto para controlar minha alimentação. Resultado: intestino funcionando mal, pele oleosa e cheia de acne (coisa que eu nunca tive em minha adolescência), queda de cabelo e anemia. Fiquei um horror, a ponto de chegar a ter medo de me olhar no espelho.

Essa tragédia com meu organismo me fez reconhecer que minha mãe tinha razão. Impressionante como elas, as mães, (quase) sempre tem razão. Voltei a tomar suco de beterraba todas as manhãs, mas, para disfarçar aquele gosto que, para mim, continua horrível, eu, seguindo o exemplo da minha amiga Bárbara, que adora inventar misturebas gastronômicas, sempre incremento. Muita gente bate com laranja. Não gosto muito. Hoje eu bati com mamão e duas folhinhas de hortelã. Não coloquei muita água, porque gosto de suco bem consistente. Acreditem: ficou uma delícia!

Postado por Érika

terça-feira, 27 de abril de 2010

Chamada perdida

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Meu celular nunca toca.

Quando toca, ou é engano ou eu não estou por perto para antender. Ou, ainda, é o golpe do toque: quando eu atendo, desligam pra eu poder retornar.

Eu nunca esqueço o celular em casa e quando esqueço, sempre aparecem umas chamadas perdidas.

Se fico o dia inteiro em casa, com o celular no bolso do short, ninguém liga.

Durmo com o celular ligado, em cima da cama, pra eu poder ouvir o despertador. Acordo com ele em cima da cama e ele nunca toca.

Quando chega um SMS ou é cobrança da operadora, ou é alguma promoção.

Se estou no trabalho, com o celular em cima da mesa, ninguém liga. Mas é só sair para beber água ou ir ao banheiro e ele toca. Parece até que adivinha quando estou longe.

Se é um número desconhecido, ignoro a chamada perdida. Não sou do tipo que fica retornando ligação para números desconhecidos. Corre o risco de ser cobrança, telemarketing ou engano, principalmente se o número for de outro Estado.

Quando é um número conhecido (mãe, irmãs, amigos e parentes próximos) eu retorno, mas nunca me atendem. Retorno de novo. Novamente não atendem. Passam-se 5 minutos. Distancio-me do celular. A pessoa a quem retornei a ligação liga de novo. Mas, putz... estou longe da merda do aparelho.

Parece que fazem de sacanagem. Estou pensando seriamente em jogar essa porcaria fora.

Opa! Tocou! Está dentro da bolsa. Espera, vou atender. Não consigo achá-lo dentro daquele ninho de rato que é minha bolsa. Ele toca enlouquecidamente. Achei!!
- Alô?
Desligaram.

Postado por Renata

segunda-feira, 26 de abril de 2010

E agora?

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É, minhas amigas, depois do que vou lhes contar, vocês hão de concluir que meu destino é sofrer pelos canalhas.

Sempre sonhei com um cara gente boa, inteligente, educado, sensível e de bom gosto.

Semanas atrás conheci um exatamente assim. Bonito? Sim. Bonito, simpático, engraçado, mais alto que eu e nada machista (coisa rara aqui na Bahia). Para completar, ele não é gay e está interessado em mim.

Perfeito, certo? Errado! Eu não consigo sentir atração por ele.

Adoro estar com ele, sinto falta quando ele não liga e fico triste se ele não responde às minhas mensagens de texto, mas atração mesmo... nada!

A gente vive reclamando que homem está difícil e que os que prestam já tem dona, mas quando aparece um desses disponível, interessado na gente, a gente não quer. Eu até queria. Juro que quero muito querer, mas eu não consigo.

Se é verdade que dois raios não caem no mesmo lugar, sinto que estou desperdiçando a chance da minha vida, mas ficar sem vontade não rola.

Por que, meu Deus? Por quê?

Postado por Gabi

domingo, 25 de abril de 2010

Ele é o cara

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Terminei minha noite com um momento íntimo de higiene pessoal, como em todas as noites. Mas esta teve um toque especial: Wando. Sim, minha gente, ele mesmo, o terror das domésticas, o tarado das calcinhas, "meu iá iá meu iô iô", o intérprete maior dos desejos mais secretos de uma mulher.

Brega? Não. Verdadeiro! E eu confesso: ADORO!!!
"O que é que eu vou fazer
O que é que eu vou dizer para o meu corpo
Que vai ficar vazio e quase morto
Pois é tão dependente de você
O que é que eu vou fazer
Se essa indecisão me enlouquece
Valorizar alguém que não merece
É coisa que eu não posso responder"

Quem nunca sentiu isso? Amor bandido, amor de pica? Eu confesso: já senti e já senti muito e muitas vezes, seguindo os conselhos daquele que entende como ninguém o coração de uma mulher, procurei me recuperar tentando um amor no lugar do outro.

Talvez seja a carência a principal responsável por estar, ultimamente, despertando em mim tamanha sensibilidade. São sete meses sem sexo. Tanto tempo sem dar pode gerar esse tipo de consequência.

Só de ouvir a voz do Wando cantando "eu já tirei a sua roupa", já começo a subir pelas paredes. Quando ele me chama de "luz, raio, estrela e luar", fecho os olhos e o imagino cheirando a calcinha molhada que eu acabei de jogar, durante um show, em meio a Marias, Conceições e Amélias da vida, desesperadas por um momento, um instante qualquer, um aperto de mão, que seja. Entendam: não é tesão pelo Wando (embora eu pretenda, um dia, ir ao show dele e jogar, em suas mãos, uma calcinha usada) mas vontade de dar. As músicas dele despertam isso em mim. Mas, cá entre nós, eu bem acho que ele tem pegada. Ai que horror!

"Com você posso tudo
Com você quero pecar
Com você eu vejo estrelas
Vejo o sol e o luar."
Ele sim, sabe dizer o que uma mulher precisa ouvir.

Rapazes, aprendam com ele!

Eu ainda hei de trepar em um motel barato, ao som do Wando.

Postado por Deby

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Prisão de ventre

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Esta é para você, minha amiga, que sofre de prisão de ventre. A propósito, alguém já viu algum homem reclamar de prisão de ventre? Eu, particularmente não conheço nenhum que sofra desse mal que me persegue desde que nasci.

Sabe aquela goiaba bem vermelhinha e suculenta? Pois é. É o maior trauma da minha vida. Desde criança, sempre fui louca por goiaba, mas todas as vezes que comia, era batata! Uma semana entopida, de doer tudo. Até sentar era difícil. Ir ao banheiro era um sofriento. Nem com todo o esforço do mundo a bendita saía. Tá, alguém vai dizer que se não comer a goiaba com a semente, não prende o intestino. Mas que graça tem goiaba sem semente, se ela é o que há de mais gostodo e docinho na goiaba?

Hoje em dia, quando meu intestino resolve funcionar, pode saber que é menstruação vindo aí. Eu sei que é nonejto falar sobre isso, mas qual a mulher que não sofre ou nunca sofreu disso, gente? Pouquíssimas!

Já tentei "de um tudo" para tentar regular meu intestino. Lacto purga, complexo 46, chá de sene, o escambal. O resultado é uma madrugada insone no trono. Resolvi apelar para uma tentativa mais saudável: mudar meus hábitos alimentares. Resultado: não consegui.

Minha alimentação nunca foi o que se pôde chamar de "um exemplo de boa alimentação". Sempre comi muito doce e pouca comida "de verdade". Desde os 14 anos, não tomo café da manhã. Levantava muito cedo, mal dava tempo de me vestir e o ônibus da escola já estava businando na porta de casa. Levantar cedo é um saco. Nunca me acostumei com isso.

Depois que saí da casa da minha mãe, piorou. Cheguei a substituir meus almoços por chocolate. Enfim... não adianta, que minha alimentação vai continuar uma porcaria até o dia em que eu ficar doente "de verdade". Mas eu tenho momentos saudáveis. De vez em quando faço minhas vitaminas naturais e isso tem ajudado.
Então, a quem interessar, vai a dica:

Um mamão papaia bem maduro
Uma pêra bem madura
Ameixas secas (coloquei 6)
Meio copo de caldo de beterraba
Um copo d'água
Aveia
Açúcar ou adoçante a gosto
Bata tudo no liquidificador e está pronta a vitamina que eu batizei de Prisão de Ventre.

Funcionou, viu, gente!

Postado por Érika

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um fim de tarde qualquer

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É a primeira vez que saio só em Salvador. Quando saí de casa, direto para morar em outro Estado, o Rio de Janeiro, me vi sozinha em um lugar completamente desconhecido. Não me restava outra saída a não ser sair sozinha. Não tinha nada a perder. Ninguém sabia quem eu era e o máximo que poderia acontecer era as pessoas me acharem ridícula por estar tomando cerveja sozinha e escrevendo igual a uma louca, desenfreada, praticamente psicografando, numa mesa de bar. Foi isso mesmo o que muita gente pensou. Algumas pessoas se aproximaram e tornaram-se amigas. Hoje, os melhores amigos que tenho, apesar da atual distância (moro em Salvador há 1 ano).
Foi numa tarde qualquer, véspera de um feriado qualquer, quando resolvi sair para tomar um chopp, acompanhada do meu velho caderninho de anotações. Antes de descobrir o caderninho de anotações, costumava anotar minhas observações em guardanapos. Até que tive a ideia genial de comprar o caderninho.

O bar fica em frente ao meu prédio. É só atravessar o sinal. Foram um, dois, três chops, em meio a anotações frenéticas. Na mesa da frente, várias pessoas, entre elas, um carinha de bermuda, camiseta e all star branco. Na mesa ao lado, um coroa que, instantes depois, puxou assunto, porque me viu escrevendo.

"Acho o maior barato pessoas que escrevem." Foi assim que ele iniciou o assunto. "Você é jornalista?" "Não." "O que você está escrevendo?" Achei de uma tremenda indiscrição ele ter me perguntado isso. "Nada demais", respondi. "Posso ver?" Como assim posso ver, gente? Claro que não, né? Pensei. Fiquei olhando pra ele, sem saber o que responder e sem querer ser mal-educada, mas ele tava pedindo pra levar uma patada. Onde já se viu vc chegar para uma pessoa que vc nunca viu na vida e perguntar o que ela está escrevendo e, não contente, querer saber o que é? Bom senso ficou em casa, né? "Me desculpe, mas é muito particular." "Entendi... um diário, né? Mas o que você costuma escrever em diários?" Porra! Se é diário, é porque são coisas cotidianas, confidências, segredos, sei lá... coisas particulares. Mas eu, sempre um poço de educação, respondi: "Não, não é um diário."

Besta fui eu de estender a conversa. Devia ter dito que escrevo coisas sobre a minha vida e pedido a conta. Mas, poxa... eu estava só no terceiro chopp e ainda nem tinha escurecido. Além disso, ainda tinha o gatinho de all star, na mesa da frente. "E é o quê, então, já que não é o diário?" "Nada demais, oras. São ideias que me vem à cabeça e eu escrevo. Mas não gosto de mostrar a ninguém. É coisa minha. Só isso."

Abri um sorriso, fechei o caderno e pedi mais um chopp. "Tudo bem, vou te deixar com suas ideias. Me desculpe se fui inconveniente." Até que enfim, um pouco de desconfiômetro. "Não, imagine! Inconveniente nenhum." Abri outro sorriso educado. "Qual o seu nome?" "Renata." "Prazer. Paulo." Mais um sorriso e ele voltou à sua mesa.

Por que os coroas sempre se aproximam de mim? Não podia ser o carinha gatinho da mesa em frente? Eu tenho cara de velha? Já sei... são os óculos.

Enfim. Voltando ao gatinho. Acho que ele tem uma banda de pagode. Não que ele tenha cara de pagodeiro, mas os amigos dele, esses tem.

Ao todo foram seis chopps, com direito a lua cheia, em seguida, na areia da praia.

O contrato de aluguel na Barra venceu e agora estou morando na Pituba. Acho que vou gostar de morar por aqui.

Postado por Renata